O Comitê Olímpico de Israel informou na manhã desta sexta-feira, 19, que o técnico da seleção masculina de judô, Oren Smadga, decidiu se incorporar à delegação israelense que irá para a Olimpíada de Paris-2024.
Em 1992, Oren, no judô, foi o segundo atleta a ganhar uma medalha olímpica para Israel, logo em seguida à judoca Yael Arad.
Também foi o treinador de Or Sasson, que na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, conquistou a medalha de bronze. Ele é o único a conquistar medalhas para o país, como atleta e como técnico.
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Em 2024, Oren passou pelo drama de perder seu filho, Omer, em combate na Faixa de Gaza, no dia 20 de junho.
“A morte de Omer Smadga trouxe muita tristeza ao país todo”, conta a Oeste o comentarista esportivo Shlomi Daniely, da Sports1. “O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu veio consolá-lo pessoalmente e à sua família.”
Diante de Netanyahu, o ar obstinado do lutador deu lugar a um semblante de dor profunda. Que, no entanto, não perdeu a firmeza e a convicção. A primeira frase dita ao primeiro-ministro foi um pedido para ele “terminar o trabalho.”
“Desde a geração fundadora de Israel, somos expostos a forças inacreditáveis”, afirmou Oren. “Essa dedicação, essa visão de concluir a missão, é o espírito israelense. O povo quer que vocês terminem o trabalho.”
Oren tomou a decisão de ir a Paris nesta manhã de sexta-feira, depois de visitar o túmulo de Omer, que hoje faria 30. Na véspera da morte dele, foi o pai, Oren, quem completou 54 anos.
Decisão tomada com a família
Ciente do clamor para que participasse, Oren disse que a decisão foi tomada com sua família e com o incentivo de sua esposa Liat e de seus filhos. Também contou com o apoio dos chefes do Comitê Olímpico de Israel e da administração da Associação de Judô de Israel.
“Em meio a todas as dificuldades e dores, sei que devo cumprir minha missão e meu compromisso com o mundo, principalmente neste momento”, afirmou Oren.
“Estou comprometido com o valor da excelência, o desejo de sucesso e o espírito vencedor dos meus atletas, a equipe profissional, a Associação de Judô e toda a equipe olímpica. Iremos para a competição de cabeça erguida, pela adesão ao objetivo e ao espírito de união do povo que sempre fortalece nestes momentos.”
Ele admitiu que o apoio recebido pela população contribuiu para que ele aceitasse o desafio de viajar para Paris.
“Minha família e eu gostaríamos de agradecer aos milhares que vieram e nos fortaleceram, me chamaram para ir aos jogos e cercaram a mim e minha família de amor e força durante os dias difíceis que estamos passando, quando cada nervo do meu corpo e a alma sentem a dor e a perda”, declarou Oren.
“Agora, estaremos focados no objetivo, junto com a dor e a dificuldade pessoal, de erguer orgulhosamente a bandeira de Israel no palco mais importante do mundo e é fundamental saber que todos vocês nos encorajam e desejam nosso sucesso.”