As autoridades de área de educação da Ucrânia estão construindo abrigos em todas as escolas para permitir que os alunos voltem às aulas em setembro, uma ação sem data para acabar, já que 41% das 26 mil instalações educacionais — desde pré-escola até universidades — não têm local para proteger crianças e adolescentes em caso de ataques aéreos ou com bombas.
Onde não houver prédios adequados, as aulas serão ministradas on-line. São quase 6 milhões de crianças em idade escolar na Ucrânia. A situação é extremamente preocupante, dizem as autoridades. O país já vinha com um déficit educacional desde 2020, quando as aulas presenciais foram suspensas. Mal haviam sido retomadas, e começou a guerra.
Além disso, muitos prédios foram danificados ou completamente destruídos nesses seis meses da invasão russa. De acordo com o Ministério da Educação e Ciência da Ucrânia, quase 2,3 mil instituições educacionais foram danificadas ou bombardeadas na guerra e 286 foram completamente destruídas.
Dessa forma, milhões de crianças e jovens vão continuar tendo aulas on-line. “A agressão russa terá enormes consequências para o sistema educacional ucraniano”, disse à agência Reuters Ivan Prymachenko, cofundador da Prometheus, a maior plataforma de ensino online da Ucrânia.
As interrupções de aprendizagem têm consequências a longo prazo, incluindo rendimentos mais baixos ao longo da vida. Em fevereiro, o Banco Mundial estimou que, globalmente, uma ausência global de sete meses das escolas devido ao fechamento relacionado à covid aumentaria a parcela de alunos em “pobreza de aprendizagem” para cerca de 70%, a menos que uma ação rápida fosse tomada.
Segundo o governo, a Ucrânia tem “excelente acesso à internet”, mas faltam computadores e outros dispositivos para os alunos assistirem às aulas, o que também agrava a situação.