A União Europeia (UE) aprovou um plano arriscado na noite de terça-feira 28. Os 27 Estados membros do bloco econômico pretendem impedir a venda de novos veículos com motores a combustão a partir de 2035.
A medida quer reduzir para zero as emissões de dióxido de carbono dos automóveis novos na próxima década. Itália, Eslováquia e outros Estados queriam que a eliminação fosse adiada para 2040.
A pedido de alguns países, como a Alemanha, os 27 concordaram para permitir tecnologias alternativas, como combustíveis sintéticos ou híbridos recarregáveis, se estes permitirem que o objetivo de eliminar totalmente as emissões de gases de efeito estufa seja alcançado.
A data de 2035, embora ainda não oficial, está em consonância com aquela preconizada pelo Parlamento Europeu e pela Comissão Europeia, com quem os países terão de negociar as regras finais. Em 2026, a Comissão vai avaliar quais avanços tecnológicos foram feitos para ver se é possível realmente cumprir a meta em 2035.
As propostas climáticas visam a garantir que a UE — o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa do mundo (dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, entre outros) — atinja sua meta em 2030 de reduzir as emissões em 55% em relação aos níveis de 1990.
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Proposta é questionada pelas montadoras
Segundo o executivo Arno Antlitz, da Volkswagen, adotar a medida será desafiador, “mas um obstáculo mais assustador será produzir baterias suficientes para alimentar os carros elétricos necessários”, disse, à agência de notícias Reuters, nesta quarta-feira, 29.
As principais montadoras estão correndo para garantir o fornecimento de células de bateria, mas encontrar matérias-primas de bateria suficientes pode ser um problema maior.
O CEO da Stellantis, Carlos Tavares, disse, no mês passado, que espera que a escassez de baterias de veículos elétricos atinja a indústria automobilística em 2024-2025, à medida que os fabricantes tentam aumentar as vendas de veículos elétricos enquanto ainda constroem novas fábricas de baterias.
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Vou vender bicicletas na Europa.