A viagem dos sonhos se transformou em drama com nuances de filme para a estudante Elizabeth Polanco de Los Santos, de 21 anos. Durante uma escala entre a Turquia e os Estados Unidos (EUA), ela teria tocado no braço de uma guarda do Aeroporto de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para pedir ajuda. Condenada a um ano de regime fechado, cumpriu cinco meses e foi libertada na terça-feira 5.
Elizabeth embarcou no mesmo dia de volta para Nova York, onde mora, depois de pagar a multa de US$ 50 mil (aproximadamente R$ 250 mil). Radha Stirling, advogado fundador da Detained in Dubai, organização que presta assistência jurídica a estrangeiros nos Emirados Árabes Unidos, contou que a experiência a cliente dele “humilhada, traumatizada e falida”.
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Conheça o roteiro do drama da universitária na escala para a prisão
A viagem de férias de verão para Istambul, na Turquia, em companhia de uma amiga, foi planejada por Elizabeth para aliviar o estresse depois da morte do pai e, na sequência, uma cirurgia de coluna.
No caminho de volta, as jovens tomaram a decisão de fazer uma longa escala de dez horas para conhecer Dubai, em vez de ir para Paris, na França. “Pensamos que seria uma cidade mais moderna e futurista, mas estávamos completamente erradas”, desabafou a jovem que permaneceu por meses na prisão.
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Segundo relatos de Elizabeth, ao passar pela imigração, os funcionários pediram a ela que tirasse a cinta de compressão que usava por ordens médicas. A jovem não conseguiu fazer o procedimento sozinha. Sem a ajuda dos seguranças, ela tentou chamar a amiga, que estava do outro lado de uma cortina, com guardas no caminho entre elas.
“Toquei gentilmente o braço dela (guarda) para tirá-la da frente, contou a estudante. “E comecei a chorar desesperadamente pedindo ajuda a minha amiga.”
Elizabeth foi imediatamente levada para uma sala por várias horas e obrigada, segundo disse, a assinar um documento em árabe antes de deixar o aeroporto. Depois de passear pela cidade aproveitando as horas planejadas, ao retornar para pegar o voo, descobriu que não poderia embarcar e iria enfrentar um processo legal pela frente.
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Inicialmente, a estudante norte-americana pagou uma multa de US$ 2,7 mil (equivalente a R$ 14 mil). Porém, os funcionários do Aeroporto de Dubai recorreram e pediram que ela fosse presa. Para o advogado que a defendeu, a motivação era financeira.
“Em grande parte eles (guardas) foram motivados pela probabilidade de receber uma oferta de compensação para validar o caso”, disse Stirling. “O governo dos Emirados Árabes deveria proibir os trabalhadores de aceitarem pagamentos compensatórios, pois isso os encoraja a fazer falsas alegações.”
Que desgraçados…
Isso não é atraso não, é conveniência. Enquanto isso os homens deitam e rolam.