A Venezuela, sob a ditadura de Nicolás Maduro, reabriu a fronteira com o Brasil nesta segunda-feira, 29. O ato de desbloqueio da travessia ocorreu depois de um fechamento temporário de uma hora.
As autoridades da Venezuela removeram os cones que bloqueavam a passagem às 10h (horário local). Em seguida, a tenda da Guarda Nacional Bolivariana foi desmontada.
Nicolás Maduro determinou o fechamento das fronteiras com o Brasil em razão das eleições deste domingo, 28. O ditador se declarou vencedor para um terceiro mandato consecutivo, enquanto seu opositor, Edmundo González, o acusou de fraude.
A fronteira estava fechada desde a última sexta-feira, 26. Por volta de 7h55 desta segunda-feira, ela foi reaberta. Contudo, uma hora depois voltou na ser fechada por ordens que “vieram de cima”, segundo os militares venezuelanos. A retomada da passagem em definitivo ocorreu uma hora depois.
Protestos contra Nicolás Maduro no Brasil
Durante o dia das eleições, venezuelanos em Pacaraima (RR) e em Boa Vista protestaram contra Nicolás Maduro. Em Pacaraima, eles ocuparam pacificamente o marco da fronteira e exigiram a saída do ditador.
Já em Boa Vista, uma multidão tomou a Avenida Castelo Branco, no bairro São Vicente, em um protesto pacífico, acompanhado pela Polícia Militar.
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Outras cidades brasileiras também foram palco de manifestações. Em São Paulo, na Avenida Paulista, no centro, centenas de migrantes participaram de um ato em defesa da democracia e da liberdade venezuelanas. O evento ocorreu neste domingo.
Governo Lula fica em silêncio sobre suspeita de fraude em eleição na Venezuela
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi na contramão dos países da América do Sul e não se pronunciou até a madrugada desta segunda-feira. Sobre a controversa reeleição de Nicolás Maduro.
Desde o fechamento das urnas, há denúncias de fraude no pleito. A oposição afirma não ter tido acesso a 70% das atas eleitorais.
Além disso, em áreas predominantemente chavistas, as seções ficaram abertas além do horário. Enquanto isso, em regiões opositoras, houve relatos de intimidação e dificuldades para votar.
O assessor de assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, foi a Caracas para acompanhar a votação.
Em uma nota divulgada no início da noite, ele afirmou que aguardaria o posicionamento dos observadores internacionais, e que ambos os lados deveriam respeitar o resultado.