Oposição e analistas políticos afirmam que a eleição presidencial da Venezuela, marcada para este domingo, 28, foi planejada para confundir eleitores. Eles afirmam ainda que a logística do pleito irá dificultar uma votação justa.
O ditador Nicolás Maduro busca um terceiro mandato consecutivo como presidente do país. No entanto, ele está 20 pontos atrás do principal candidato da oposição, o ex-embaixador Edmundo Gonzalez.
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Diversos países, inclusive os Estados Unidos, consideram que a reeleição de Maduro, em 2018, só foi possível por causa de diversas fraudes. Enquanto isso, o ditador defende que o sistema eleitoral venezuelano é o mais transparente do mundo. Ele acusa a oposição de semear “caos e violência”.
Decisões logísticas complicam voto em eleição na Venezuela
De acordo com a Reuters, a oposição e organizações de defesa dos eleitores argumentam que as decisões logísticas do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) dificultam o livre acesso ao voto para os 21,3 milhões de eleitores do país.
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Segundo a agência de notícias, dos 15.797 locais de votação, pelo menos 8 mil terão apenas uma urna.
A ONG Transparência Eleitoral observa que a presença de um único aparelho em muitos locais dificulta a fiscalização de possíveis fraudes.
Além disso, a organização diz que o uso de urnas únicas pode desacelerar o processo de votação e causar filas mais longas. Cerca de 3,9 milhões de eleitores devem votar em locais com somente uma máquina de votação.
“A engenharia eleitoral é projetada assim: reunindo eleitores em um local de votação com uma urna”, avaliou John Magdaleno, chefe da consultoria Polity, em entrevista à agência “Todas as autocracias tentam alterar os termos sob os quais uma competição eleitoral, entre aspas, ocorre, introduzindo mais incerteza. Mas a incerteza serve ao regime autoritário”, acrescentou.
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Relatos de eleitores sobre mudanças de locais de votação
Nas redes sociais, alguns eleitores relataram a mudança de seus locais de votação para outros Estados, que ficam muito distantes de suas casas.
O Ministério da Informação e o CNE não responderam aos pedidos de comentários da Reuters. Maduro negado repetidamente as acusações de autoritarismo.
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Eleitores e oposição criticam o fato de a foto de Maduro aparecer 13 vezes no layout da cédula eleitoral. A imagem do ditador ocupa toda a primeira linha e parte da segunda, enquanto o seu maior concorrente, Gonzalez, aparece três.
Críticas às novas regras do CNE
Outra crítica da oposição é a mudança de regra do CNE, que permite testemunhas eleitorais apenas na mesma mesa de votação onde votam, e a distribuição lenta de credenciais para testemunhas e funcionários das mesas.
Em maio, a Venezuela cancelou o convite que a União Europeia tinha para para enviar observadores eleitorais. O governo citou sanções “coercitivas”. A UE lamentou a decisão e pediu eleições livres e justas.
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Alguém tem dúvida que a eleição já está definida ? Do mesmo jeito que alguém tem dúvida que a eleição de 2022 também já estava muito antes da campanha começar ….
O mundo todo sabe que a Venezuela é uma ditadura sanguinária menos esses bandidos daqui que estão no poder
Celso Amorim não foi a Caracas como observador mas sim para validar a fraude que será a reeleição de Maduro e assim restabelecer a relação de fraternidade com a ditadura venezuelana. Ele já passou pano para o ataque do ditador às urnas eletrônicas brasileiras que proferiu o mesmo questionamento de Bolsonaro que resultou em seu impedimento para se candidatar