A cidade de Xangai, uma das maiores da China, encerra nesta quarta-feira 1º, dois meses de lockdown. A medida foi adotada depois de novos surtos de covid-19.
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Considerada capital financeira do país, Xangai tem 25 milhões de habitantes. Por determinação do governo local, a maior parte deles pode deixar suas casas e voltar ao trabalho hoje. Para circular pela cidade, será preciso portar um teste de PCR negativo feito na últimas 72 horas.
Os negócios podem reabrir, ônibus e trens retomarão suas operações normais e as restrições a veículos particulares serão suspensas. Shopping centers e outros centros comerciais podem funcionar com 75% da capacidade. A exceção ocorre apenas para moradores de áreas de alto risco.
Retomada em Xangai
De acordo com o Wall Street Journal, já na noite da terça-feira 31, as postagens nas redes sociais mostravam moradores invadindo as ruas, cantando e dançando e postando imagens de si mesmos comendo em restaurantes locais. Nos últimos quatro dias, Xangai não registrou mortes relacionadas à covid-19.
Shang Bin visitou as barracas de comida no bairro onde mora em Xangai. “Parece que terminei de cumprir minha sentença de prisão”, disse, após devorar macarrão frio grelhado, uma iguaria do norte da China, e frango frito, uma mercadoria rara durante o bloqueio.
Ele se declarou aliviado por não ter de acordar mais às 5 da manhã, na esperança de garantir um horário de entrega nos supermercados locais. Metade dos restaurantes próximos da casa de Shang estava aberta na noite de ontem. “As pessoas estavam gritando na rua”, comentou.
No Wiebo, uma plataforma chinesa semelhante ao Twitter, a hashtag “Shanghai Is Back” ficou entre os tópicos mais comentados. Cerca de 13 mil usuários a compartilharam, acompanhada de impressões sobre o período de lockdown.
Tempo que não volta
Entre as mensagens, o lamento pelo tempo perdido no Wiebo. “Só sei que a primavera de 2022 não voltará”, lembrava uma postagem.
Nas ruas, Euphe Tang, que também reside em Xangai, não se conforma pelo tempo que ficou confinada. “Perdi dois meses da minha vida que nunca mais poderei recuperar”, disse.
Leia também: A insanidade da ‘covid zero’ na China, reportagem de Cristyan Costa na Edição 112 da Revista Oeste.
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