O CEO da Meta e fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, declarou nesta sexta-feira, 10, que o governo Biden pressionou sua empresa para remover conteúdos sobre os efeitos colaterais das vacinas contra Covid-19.
“E eles nos pressionaram muito, para derrubar as coisas que eram honestamente verdadeiras”, disse Zuckerberg a Rogan.
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O CEO da Meta salientou como membros do governo Biden “basicamente nos pressionaram” para derrubar “qualquer coisa que diga que as vacinas podem ter efeitos colaterais.
Zuckerberg não especificou quem da Casa Branca fez as solicitações. “Eu não estava envolvido diretamente nessas conversas”, explicou.
Mas o executivo disse que a resposta da empresa foi que não iria remover conteúdo que ”é indiscutivelmente verdadeiro”.
Zuckerberg critica Biden
No início de uma conversa que durou cerca de três horas, Zuckerberg disse a Rogan que ele geralmente é “bastante a favor da distribuição de vacinas” e que elas são “mais positivas do que negativas”.
“Mas acho que, enquanto eles tentam promover esse programa, eles também tentam censurar qualquer um que esteja basicamente argumentando contra ele”, disse Zuckerberg.
Zuckerberg também criticou Biden por afirmar que as empresas de mídia social estavam diretamente “matando pessoas” ao permitir que a desinformação sobre a Covid-19 se espalhasse.
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Biden mais tarde voltou atrás nessas afirmações. Mas era tarde demais, segundo Zuckerberg.
Logo após o presidente dos EUA fazer esse comentário, diferentes agências governamentais começaram a perseguir a empresa de tecnologia com investigações “brutais”, explicou o CEO da Meta.
Zuckerberg também revelou que havia um meme em particular que o governo Biden queria que a Meta censurasse.
“Eles querem que a gente tire esse meme do Leonardo DiCaprio olhando para uma TV, falando sobre como daqui a 10 anos ou algo assim, você verá um anúncio que diz: ‘Ok, se você tomou uma vacina contra a Covid, você tem direito a esse tipo de ressarcimento.’ Então, esse tipo de meme de ação coletiva”, salientou Zuckerberg a Rogan.
Zuckerberg já tinha criticado no passado a forma como o governo Biden lidou com conteúdo relacionado à Covid.
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Em uma carta enviada ao Comitê Judiciário da Câmara, liderado pelos republicanos, em agosto de 2024, Zuckerberg disse que o governo “pressionou” a Meta a “censurar” o conteúdo sobre a Covid-19, acrescentando que lamentava algumas das decisões que a empresa tomou após essas solicitações.
Zuckerberg se aproximando de Trump
Os comentários vêm dias depois que a Meta anunciou que acabaria com as checagem sobre os posts publicados, recorrendo a notas da comunidade, permitindo que os usuários adicionassem comentários sobre a veracidade.
A estratégia coloca a Meta mais alinhada com a X, cujo proprietário, Elon Musk, tem aconselhado o presidente eleito Donald Trump e foi um grande apoiador de sua campanha.
Esse foi o mais recente de uma série de anúncios e comentários após a eleição de Trump que parecem ter como objetivo apaziguar o novo presidente.
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Na semana passada, a Meta substituiu seu presidente de assuntos globais, Nick Clegg, por Joel Kaplan, o atual vice-presidente de políticas da empresa e ex-funcionário do Partido Republicano.
A Meta foi uma das várias grandes empresas de tecnologia a anunciar que contribuiria com US$ 1 milhão para a posse de Trump.
Biden critica Zuckerberg
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden abordou a mudança na política da Meta sobre verificação de fatos durante uma entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira.
“A ideia de que um bilionário pode comprar algo e dizer que a partir de agora não vai verificar os fatos de nada, e, você sabe, quando você tem milhões de pessoas online, lendo essas coisas, é — de qualquer forma, acho isso realmente vergonhoso”, disse Biden.