O delegado da Polícia Federal (PF) Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, viajou para Orlando, nos EUA, sem estar de férias.
Conforme ele próprio informou à CPMI do 8 de Janeiro, suas férias estavam previstas para acontecer entre 9 e 20 de janeiro. O delegado, contudo, viajou com a família dois dias antes: em 6 de janeiro.
“Qual servidor público marca férias a partir de segunda-feira e não viaja na sexta?”, respondeu Torres aos membros do colegiado ao ser questionado sobre o motivo de estar fora do Brasil quando a Praça dos Três Poderes foi atacada por vândalos — em 8 de janeiro.
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O ex-ministro explicou que, apesar de ter viajado, deixou um Plano de Ações Integradas (PAI) para fazer o “desmonte final” dos acampamentos em frente ao quartel-general de Brasília a partir de 10 de janeiro.
“Viajei com minha família no dia 6 de janeiro à noite, após aprovar o PAI e enviar para todos os envolvidos”, explicou Anderson Torres. O “PAI é tão completo que, se tivesse sido seguido à risca, nada de grave teria acontecido. Não recebi qualquer informação sobre a possibilidade de atos violentos no dia 8 de janeiro.”
O deputado federal Rogério Correia (PT-MG), debochou da viagem do delegado, dizendo que, em vez de tirar férias, ele “sextou e foi para Orlando”.
Torres teria sido avisado sobre o risco de invasões
Ao inquerir o delegado da PF, Correia mencionou alguns avisos que teriam sido enviados a Torres pela Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública. Por e-mail, o ex-ministro teria recebido, ao menos, dois informes notificando sobre o risco de invasões aos prédios públicos.
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Torres confirmou ter ciência dos comunicados, mas que os viu apenas depois que os atos de vandalismo aconteceram. Em 5 de janeiro, às 18h50, o informe trazia a seguinte mensagem:
“Circula convocação para ato intitulado de “Tomada de poder”, o qual apresenta pauta contrária ao atual governo no que tange à eleição e à posse do Presidente da República. A manifestação está prevista para ser realizada entre os dias 6 e 8 janeiro, no Congresso Nacional /Esplanada dos Ministérios. A convocação circula em redes sociais e em grupos de mensagem, todavia nota-se menor engajamento em relação à mobilização decorrida após o resultado da eleição presidencial”
Na manhã do dia 6 de janeiro, às 9 horas manhã, outro aviso teria chegado ao e-mail de Torres:
“Identificamos previamente indícios de que a manifestação ocorreria. Mencionamos a possibilidade de invasão de prédios públicos situados na Praça dos Três Poderes, envolvimento de Caçadores, Atiradores e Colecionadores – CACs, a convocação de caravanas, entre outras informações”.
Conforme Torres, os avisos foram transmitidos para o gabinete do então secretário, pois ele já havia saído da secretaria, às 18h — o primeiro informe foi enviado no dia 5 e o segundo às 9 horas da manhã do dia 6.
Ainda não há como saber se Torres, de fato, leu os informes no momento do recebimento. Contudo, os governistas alegam que é dever da natureza de seu cargo saber de todos os riscos de invasão na Praça dos Três Poderes. Desse modo, Torres poderia ter prevaricado, principalmente se ele ainda estivesse em solo brasileiro durante o recebimento dos avisos.
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Boa noite.
Revista Oeste, mas que manchete enviesada, será que fiz bem mesmo em assinar a revista?
A manchete dessa reportagem parece saída da Folha de SP, onde não tem a mínima honestidade intelectual, pois está claro que tenta induzir o leitor a pensar que o Anderson Torres viajou 2 dias antes das férias pois saberia de algo, porém esquece de dizer que ele já havia comprado as passagens desde Novembro de 2022 para essa data. “Esqueceu” também de dizer que ele viajou na Sexta-feira, ou seja, sairia de férias na Segunda e viajou na Sexta, o que quase todo mundo faz, naturalmente para aproveitar o fim de semana também.
Enfim, desapontado com a revista por permitir uma manchete claramente desonesta, que não esperava ver por aqui.
Rute, Não queremos saber a sua opinião e sim os FATOS.
Você foi importada do Poder360 ou do Metrópolis ?
Estás na revista errada e os editores são os culpados por deixar uma foca escrever matérias sem uma tripla revisão.
Fora Foca.
Esse texto pegou mal para o curriculum da autora. Há indícios de pura desonestidade intelectual, atípico, considerando-se o gabarito da R Oeste.
A Manchete é ambígua e/ou desonesta não explica que foi na sexta feira ás 23hs …. Sábado e Domingo: dois dias do primeiro final de semana do mês de janeiro. É muita má fé! O atual governo e principalmente o mau caráter do Dino e o patético G.Dias são os responsáveis!!!
Olha Rute, não a conheço, assim não posso fazer juízo de valor, mas quem não viaja na sexta à noite para encaixar o fim de semana (chamado de descanço semanal remunerado) nas férias que começam na segunda ? Não teve um apelo governista nessa sua matéria ?
descanso…
Qual funcionário tira férias segunda feira e não se “considera” de férias depois que sai do expediente??? Todo funcionário publivo faz isso i…pergunte de qualquer um…até os da canho (que faz pior..vive de férias)