A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs da Amazônia descobriu que algumas das organizações do terceiro setor receberam, em dez anos, quase R$ 1,5 bilhão do Fundo Amazônia. A maior fatia do dinheiro que abastece esse “caixa” veio da Noruega e Alemanha.
- ONG recebe dinheiro de países que queimam combustíveis fósseis
O montante foi dividido entre Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, Instituto de Pesquisas Ecológicas e Instituto Clima e Sociedade. Oeste teve acesso a documentos da CPI que mostram os valores distribuídos.
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De acordo com a comissão, só a FAS embolsou R$ 400 milhões. Desse total, R$ 13 milhões são direcionados para custear folha de pagamento, informou a CPI.
Representantes dessas quatro ONGs prestaram depoimento ao colegiado. Interpelados sobre seus rendimentos, contudo, se negaram a informá-los. Durante as oitivas, o presidente da CPI, Plínio Valério (PSDB-AM), exibiu vídeos de indígenas que denunciavam a pobreza de regiões supostamente assistidas por essas ONGs.
Relatório da CPI das ONGs da Amazônia começa a ser montado
Há exatos dois meses do término, o relator da CPI, Marcio Bittar (União Brasil-AC), já fala em propor meios de dar mais transparência ao Fundo e a como o dinheiro recebido pelas ONGs é usado. O texto está sendo costurado com Valério.
“Se esses recursos fossem utilizados de forma adequada, a situação atual seria diferente”, disse Valério. “Na Amazônia, enfrentamos carências significativas em infraestrutura, saúde, desenvolvimento e oportunidades de emprego, enquanto as ONGs recebem quantias exorbitantes que, segundo alegam, visam à preservação da floresta, mas mantêm nossa população em condições precárias e enriquecem em nome delas.”
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