Os deputados Tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS) e Ricardo Salles (PL-SP), presidente e relator da CPI do MST, respectivamente, articulam a prorrogação do colegiado por mais dois meses.
Em tese, os trabalhos da comissão terminam em 14 de setembro, mas a oposição vai tentar conseguir o aval do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para continuar com as investigações.
O recesso parlamentar, que durou duas semanas, juntou-se à paralisação das comissões na aprovação da Reforma Tributária e rendeu, praticamente, um mês sem CPI do MST.
Das três CPIs que estão em curso na Casa Baixa, a do MST é a que mais estampa os veículos de imprensa semanalmente. Entre brigas, ofensas e, até mesmo, distribuição de produtos do movimento, as sessões do colegiado são marcadas mais por discussões acaloradas do que por boa produtividade.
De um lado, a oposição — que é maioria na CPI — acusa o governo de tentar obstruir o bom andamento dos trabalhos com interrupções. Do outro, a ala governista acusa o comando da CPI de ser seletivo em relação aos requerimentos que são aprovados e de querer “calar” as deputadas que integram o colegiado.
Na última sessão da comissão, por exemplo, a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) começou a falar fora do tempo permitido, e o presidente da CPI lhe ofereceu um “hambúrguer ou um remédio” para se acalmar. O caso pode ser investigado pela Procuradoria-Geral da República.
Nos bastidores, a oposição ainda não está 100% confiante em relação à prorrogação das investigações, isso por que Lira pode estar se aproximando mais do governo do presidente Lula — que não queria a CPI desde o início.
As próximas oitivas do colegiado prometem tirar o sono da base governista. Na quarta-feira 9, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, vem depor ao colegiado. Um dia depois, será a vez do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira; e, na terça-feira 15, o líder do MST, João Pedro Stédile, será interrogado. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, deve ser ouvido até o fim deste mês.
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