O senador Esperidião Amin (PP-SC) disse, nesta terça-feira, 11, que o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, revelou que o órgão de inteligência nunca colocou sigilo nos relatórios enviados à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI).
Segundo o senador, a informação foi dita por Corrêa na quinta-feira 6 — quando ele participou de uma sessão da CCAI.
Conforme revelou o jornal O Globo, a comparação entre dois relatórios da Abin mostrou que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) adulterou o primeiro relatório de inteligência enviado a uma comissão do Congresso.
A fraude seria para retirar dos documentos os registros de que o então ministro do GSI, general Gonçalves Dias, foi alertado por mensagens enviadas ao seu celular sobre os crescentes riscos de tumulto e de invasões na Praça dos Três Poderes.
Em depoimento à CPI do 8 de Janeiro do Distrito Federal, contudo, o general negou a autoria da fraude e jogou a responsabilidade para o então responsável da Abin, Saulo Moura Cunha.
De acordo com o jornal, os documentos eram sigilosos. Em 31 de maio, inclusive, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que o governo retiraria o sigilo dos documentos da Abin.
Na semana passada, Amin pediu à Advocacia do Senado a quebra do sigilo dos relatórios, mas foi informado que a Advocacia iria acionar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e pedir permissão para divulgar os documentos. Até mesmo o requerimento enviado ao ministro estaria em sigilo.
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