O gerente de posto de gasolina George Washington, condenado a nove anos e quatro meses de prisão por ser um dos autores do atentado a bomba próximo ao Aeroporto de Brasília, disse que o atentado não tem relação com os atos de depredação do 8 de janeiro.
“Estou condenado e preso”, disse ele durante a sessão desta quinta-feira, 22, da CPMI do 8 de Janeiro. “O que aconteceu em 12 de dezembro não está ligado ao 8 de janeiro.”
Os parlamentares da oposição destacaram que não entenderam a convocação de Washington na CPMI, pois também não enxergam a ligação dele com os atos do dia 8.
No início da oitiva, Washington se recusou a responder a perguntas que pudessem incriminá-lo, pois veio na condição de investigado. Na maior parte dos questionamentos, ele declarou: “Permanecerei calado”. Desse modo, não comentou as diversas armas e munições que foram encontradas consigo durante a abordagem da polícia.
Contudo, ele negou que colocou a bomba no local. “Nunca colocaria uma bomba em um caminhão-tanque”, declarou. “Esse caminhão não encostaria em nenhum avião, mas no aeroporto. Esse artefato que a imprensa fala que era dinamite era nitrato de amônia com outra mistura. Não tinha poder de explosão.”
O “homem-bomba” está preso desde dezembro do ano passado, quando foi localizado pela polícia em um apartamento, em Brasília. Em seu depoimento às autoridades, ele confessou que “queria armar o caos” e explodir o artefato para chamar atenção de um acampamento que acontecia em frente ao quartel-general, localizado na capital federal.
Na CPMI do 8 de Janeiro, no entanto, ele disse que muitas palavras que estavam em seu depoimento não foram ditas por ele. “Lá, constava o nome do presidente Lula e do ex-presidente Jair Bolsonaro”, explicou. “Pedi para tirar, mas não fizeram isso.”
Segundo a polícia, foi encontrado no celular de Washington uma carta que seria endereçada ao ex-presidente Jair Bolsonaro. No texto, ele teria escrito “que Bolsonaro despertou esse espírito em nós”. Não há a confirmação de que a mensagem chegou ao ex-presidente. O depoente ainda negou a autoria do documento durante a CPMI e disse que se considera um “patriota”.
Ao mencionar os acampamentos que aconteceram em Brasília, Washington ressaltou que frequentou o local por “muitas vezes” e que viu “diversos infiltrados”. Ele, no entanto, não apresentou provas. “As Forças Armadas tiraram todos, pois tinham aparato de inteligência para identificar”, contou.
Em atualização
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Isto diz tudo sobre a Justiça. Depoimentos sob pressão, não ser assistido por um advogado quando fez o seu depoimento, declarações postas em sua boca, não retirar do depoimento coisas que ele não disse etc…
Dá para confiar na justiça ????
Uma justiça e um parlamento do faz de conta
Pelo visto falou falou e não falou nada.