O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, Plínio Valério (PSDB-AM), denunciou, nesta quarta-feira, 30, o que seria um “boicote” da Funai contra uma diligência da CPI na terra indígena de São Gabriel da Cachoeira (AM). Valério e uma comitiva da CPI vão ouvir amanhã lideranças locais e moradores para saber sobre a atuação das ONGs na região.
De acordo com Valério, além da quantidade exorbitante de documentações exigida pela Funai, para viabilizar a presença da diligência no local, o órgão ligado ao governo, agora, quer impedir a diligência de divulgar imagens do encontro com os indígenas.
Durante sessão na CPI, lideranças do município amazonense disseram estar abandonados e na miséria, além de serem explorados por ONGs que atuam na região, com a anuência dos órgãos oficiais.
Valério cobrou providências do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). “Atendemos a todas as exigências, mas não vou assinar esse documento”, disse Valério, em alusão ao papel enviado pela Funai, sobre as imagens. “Se a Funai quer conflito, vai ter conflito. A Funai está confundindo. Eu não estou pedindo autorização. Estou comunicando que vou. Sou um senador da República. Um órgão do governo não pode ditar normas para uma CPI do Senado Federal. Já disse e repito: essa CPI não é contra o governo, direita ou esquerda, é a favor de uma nação que quer ser soberana. A Funai é um órgão do governo, se o governo quer guerra, vai ter.”
Presidente da CPI das ONGs reitera visita
Conforme Valério, embora a Funai tenha feito a mais recente exigência, a missão na aldeia indígena vai ocorrer.
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Gostei d postura do senador Plínio Valério. O senhor não tem que pedir autorização ou assinar qualquer documento que a Funai acha que pode exigir. A CPI apenas comunicar e a Funai fica quieta. O Senado Federal está acima da Funai. Coloquem os empregados da Funai no seu devido lugar.