Governador de São Paulo se autodenomina gestor, mas não consegue manter apoio nem entre colegas de partido em seu Estado
Enquanto aparece em emissoras de televisão e outras mídias cobrando que o presidente Jair Bolsonaro lidere o país diante da pandemia do novo coronavírus, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), encontra dificuldades para atuar como líder de seu próprio partido no Estado paulista. Desde o começo do confinamento, em meados de março, o tucano já perdeu o apoio — ou ao menos já foi criticado publicamente — por mais de uma dezena de prefeitos que são filiados ao PSDB.
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A postura de Doria diante da crise provocada em decorrência da disseminação do vírus chinês em São Paulo serviu apenas para unir tucanos de todos os cantos de São Paulo contra ele. Isso porque prefeitos da região metropolitana, do litoral e do interior já teceram críticas ao ex-apresentador de talk show e atual ocupante do Palácio dos Bandeirantes. Entre tons diferentes, o centro das reclamações são, sobretudo, similares. A maioria reclama da falta de conversa na imposição de regras de restrição do comércio.
Conforme dados apurados por Oeste, pelo menos 15 prefeitos do PSDB espalhados pelo Estado de São Paulo criticaram direta ou indiretamente a gestão do governador que, anos atrás, entrou para a política se autopromovendo como bom “gestor”.
Em baixa também com o eleitorado
A baixa popularidade do governador paulista não se restringe a prefeitos tucanos. Especialista em ciência política pela Universidade de Brasília (UnB), João Paulo Borges avalia que o apoio a Doria tem oscilado para baixo também junto ao eleitorado em geral. De acordo com ele, isso ocorre justamente devido às medidas impostas durante a pandemia.
Borges avalia, inclusive, que as críticas vindas de colegas tucanos estão relacionadas à percepção da perda de popularidade do chefe do Executivo do Estado de São Paulo. “Isso faz com que alguns aliados, até mesmo do mesmo partido, se aproveitem disso [postura do eleitorado] para manifestar contrariedade às medidas”, diz o cientista político.
O especialista percebe que há “manifestações” nas redes sociais contrárias à postura adotada por Doria durante o período de pandemia que podem se estender para além do momento atual. Isso porque ações nas mídias digitais influenciam até em eleições — uma vez que o povo irá às urnas em novembro para escolher vereadores e prefeitos. “O eleitorado pode ser influenciado pela popularidade em redes socais. Vimos isso nas eleições de 2018 e não será diferente nas de 2020”, comenta.
ABC Paulista
A reclamação em bloco ocorreu, por exemplo, no Grande ABC Paulista. Por meio de notas do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Doria foi alvo de questionamentos. Num primeiro momento, os prefeitos da região questionaram a razão da capital do Estado, local com mais mortes por causa da covid-19 no país, avançar na reabertura antes das demais cidades da região metropolitana. A organização chegou a avisar que os mandatários estavam “surpresos e indignados” com o governador.
Formado por sete municípios, o ABC Paulista tem quatro prefeitos tucanos:
- José Auricchio Jr. — São Caetano do Sul;
- Kiko Teixeira — Ribeirão Pires;
- Orlando Morando — São Bernardo do Campo;
- Paulo Serra — Santo André.
“Injustiça”
O prefeito de São Bernardo do Campo, inclusive, foi além do posicionamento do consórcio. Em vídeo, ele falou em “injustiça”. Além disso, ressaltou ser um “aliado [do governador], não alienado”.
Baixada Santista
A imposição do chamado “alerta vermelho”, que só permite a abertura do comércio considerado essencial, fez com que outro bloco de cidades se voltasse contra Doria. Com decisão do governador definida no início do último mês, o Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb) se reuniu. E da reunião, formaram um posicionamento na contramão das deliberações adotadas pelo chefe do Executivo do Estado, que contou com o aval dos nove municípios do litoral que formam o grupo.
Desses, seis prefeitos são do PSDB:
- Alberto Mourão — Praia Grande;
- Ademário Oliveira — Cubatão;
- Caio Matheus — Bertioga;
- Luiz Maurício — Peruíbe;
- Marco Aurélio — Itanhaém;
- Paulo Alexandre Barbosa — Santos.
“Avaliações políticas”
Assim como Orlando Morando, o prefeito de Santos fez questão de se posicionar de forma individual. “Estamos demonstrando para o governo do Estado que a Baixada Santista se encontra na fase laranja desse plano através de números, da ciência exata que é a matemática, não por meio de avaliações políticas ou ‘achismo’ dos prefeitos”, disse, na ocasião, o tucano santista. Tucano que, aliás, já não se bicava com Doria desde 2018. Durante o período eleitoral, ele avisou que votaria no socialista Márcio França — em detrimento a seu colega de PSDB.
Interior
Os tucanos que não se bicam mais com Doria também sobrevoam o interior paulista. Pela região, pelo menos cinco prefeitos do PSDB já teceram críticas públicas ao governador durante o período da pandemia. As reclamações tiveram início ainda em maio. Sem estarem unidos por associações, consórcios ou entidades do tipo, peessedebistas demonstraram sintonia no discurso em caminho oposto ao trilhado pelo Palácio dos Bandeirantes.
Do interior, os tucanos contra Doria são:
- Clodoaldo Gazzetta — Bauru;
- Daniel Alonso — Marília;
- Dilador Borges — Araçatuba;
- Duarte Nogueira — Ribeirão Preto;
- Gilson Fantin — Registro.
“Uma liminar judicial que nos permite definir nosso próprio processo de flexibilização”
Alonso, que já havia criticado Doria em entrevista a Oeste, voltou a elevar o tom após o governador decidir colorir Marília de vermelho em meados de julho. Dessa forma, a cidade do interior paulista teria de regredir na reabertura econômica, deixando em funcionamento apenas estabelecimentos provenientes de produtos e serviços considerados essenciais. “Além disso, temos uma liminar judicial que nos permite definir nosso próprio processo de flexibilização”, enfatizou, demonstrando que agiria contra o parecer estadual.
https://www.youtube.com/watch?v=dgkOl5x2DNc
Assim, Alonso ajudou a mostrar o porquê de tantos prefeitos tucanos abandonarem o ninho do governador João Doria.
Só com essas dissidências está Orcrim se salva. Afastem-se bases eleitorais, de FHC, Doria, Aécio, Alkmin, Serra, José Aníbal, Richa, fujam desses falsos líderes sociais-democratas.
Dória elegeu o vírus como seu grande aliado contra o Presidente Bolsonaro. Optou por erguer um palanque político em cima de cadáveres. Não houve nada de “ciência” nas suas decisões. Simples derreteu politicamente e é o grande responsável pelo número de mortes do Estado. Dória preferiu proteger os seus sócios da China, ao invés de proteger os brasileiros do Estado de São Paulo. Pagará por isso. Politica e criminalmente.
Mais um oportunista indo pro ralo.
João Dória usou Bolsonaro como trampolim para se eleger. Todos sabem que o Bozo teria enormes dificuldades pra governar, e em nenhum momento Dória se dispôs a colaborar, pelo contrário, sempre quis se contrapor, o Antagonista perfeito! Agora, perdeu o discurso, não sabe o que fazer e se vê abandonado até dos próprios companheiros de partido. Triste fim, mas, parece merecido!
Ao contrário, o Bozo, comprometido com aquilo que defende, navegando num país infestado de cruel e cruelas, com cloroquina e ivermectina vem enfrentando e eliminando vermes, pararasitas e muitas outras pragas que assolam o país. O poder destes fármacos é muito grande, ainda vai desmascarar muita gente dissimulada.
O Doria resolveu se indispor com o presidente, responsável em grande parte por sua eleição, cedo demais. Para fazer oposição às diretrizes do governo federal, apostou – e está pagando preço altíssimo – no fechamento dos negócios. Está em uma sinuca de bico: como sair da armadilha que se impôs?
doria levou no capricho , seu antagonismo com o bolsanaro, e caiu na
armadilha ,de não flexibilização ,e sobrou para os prefeitos , que estão
sentindo que o cara não quer dar braço a torcer,mas a queda de arrecadação
fala mais alto, mas o interior e litoral vão dar o toco.
essa materia jornalistica tem que ser mais difundido na grande imprensa.