Em 2018, Jair Bolsonaro não apenas conseguiu se eleger presidente da República, como também foi responsável por convencer um então membro do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo a se lançar na carreira político-partidária. A convite do capitão, Guilherme Derrite foi candidato a deputado federal pelo PP.
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Vitorioso nas urnas na ocasião, Derrite, que chegou a ser oficial da Rota, a tropa de elite da Polícia Militar paulista, detalha em entrevista ao site da Revista Oeste como tem sido o seu trabalho como parlamentar — sobretudo em ações relacionadas à área de segurança pública. Nesse sentido, aproveita para criticar o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-SP). Além disso, responde se há mais bandidos livres pelas ruas de São Paulo ou pelos gabinetes de Brasília.
“Infelizmente, o atual presidente da Câmara não colocou em pauta nenhum projeto de relevância para a segurança pública”
Abaixo, as cinco perguntas respondidas pelo deputado federal Guilherme Derrite, o Capitão Derrite, em contato com a reportagem de Oeste.
Confira:
1 — Por quais fatores um oficial da Rota e do Corpo de Bombeiros decidiu estrear na política partidária em 2018 e, filiado ao PP, seguir candidatura como deputado federal por São Paulo?
Fui convidado por Jair Bolsonaro, hoje presidente da República e na época deputado federal, e também por Eduardo Bolsonaro, para enfrentar esse desafio. Por lealdade ao meu antigo comandante de Rota, Coronel Telhada, filiei-me ao PP e lancei minha candidatura em dobrada com ele, hoje deputado estadual.
Para aceitar o convite de Bolsonaro, levei em consideração uma frase que me marcou muito: “se não ocuparmos as cadeiras com pessoas honestas e com coragem necessária para mudar nosso país, essa lacuna será ocupada por pessoas possivelmente com interesses escusos”. Acredito que seja isso. Se queremos uma política capaz de mudar nossa realidade, precisamos arregaçar as mangas. É isso que tenho feito.
2 — Qual o balanço que o senhor faz nesses dois anos de atuação como parlamentar? Em quais projetos conseguiu-se avançar na área de segurança pública e quais estão “emperrados”?
Infelizmente, o atual presidente da Câmara não colocou em pauta nenhum projeto de relevância para a segurança pública. Espero que essa realidade mude com o novo presidente da Câmara e não temo em dizer que todas as propostas estão emperradas porque não são consideradas prioritárias para Rodrigo Maia. É uma pena, pois foram dois anos nos quais poderíamos ter avançado muito no enrijecimento das leis. Apresentei projetos para acabar com as saídas temporárias, com as visitas íntimas, com as audiências de custódia e para tornar terrorismo ataques a banco, por exemplo. Aguardo ansiosamente pela discussão de todos.
“Precisamos de alguém que queira dificultar a vida dos bandidos no comando do Congresso, não o contrário”
3 — Pelas redes sociais é possível acompanhar, ano após ano, a indignação popular justamente com a “saidinha” de presidiários na época do Natal. Qual tem sido o seu trabalho para impedir que esse benefício continue? Por que um projeto de lei nesse sentido não avança no Congresso Nacional?
Apresentei o Projeto de Lei 4086/19, no primeiro ano de mandato, pois esse realmente é um assunto que causa indignação em mim, como policial militar que se deparou nas ruas com os reflexos desse absurdo. Como citei anteriormente, o atual presidente da Câmara não teve interesse em avançar com os assuntos relativos à segurança pública. Precisamos de alguém que queira dificultar a vida dos bandidos no comando do Congresso, não o contrário.
4 — De tempos em tempos, surge o rumor de que a área de Segurança Pública pode voltar a ser um ministério único, desmembrado da Justiça. O que o senhor pensa a respeito? É favorável ou contrário a essa possibilidade?
Acredito que a Segurança Pública mereça um ministério único, dada sua relevância para todas as demais áreas. Como defensor da bandeira que a pasta levanta, vejo a criação com bons olhos. Mas creio que este não seja o melhor momento para que isso seja feito, dada a situação em que nosso país se encontra por causa da pandemia.
5 — Como homem da lei que por três anos (2010 — 2013) atuou na Rota da Polícia Militar paulista: há mais criminosos circulando pelas ruas de São Paulo ou pelos bastidores do poder em Brasília?
É uma pergunta que gera curiosidade na maioria das pessoas, por ser de conhecimento de todos minha intolerância com bandidos. É difícil quantificar, mas posso dizer que minha luta contra a criminalidade é a mesma, seja nas ruas ou agora, no Congresso Nacional. São muitos os “colegas de trabalho” por aqui que lutam por regalias para os bandidos que estão nas ruas. A renovação política ainda não atingiu os níveis que precisamos, mas já demos o primeiro passo.
[…] deputado federal Capitão Derrite (PL), ex-policial, defende penas mais duras para os traficantes e o fim dos benefícios do sistema […]
Já escrevi e vou escrever de novo, Rodrigo Maia o CÂNCER do Brasil.
É fundamental a renovação do Congresso Nacional. Em 2022, vamos escolher com muito critério nossos representantes, sob pena de continuarmos andando para trás.
Me pareceu bastante moderado e bastante correto. É importante que denunciem quem atrapalha as pautas do governo, assim como fez Mattar em recente e excelente entrevista no Direto ao Ponto do Augusto Nunes, que nada é privatizado se o Congresso não quiser. Pior é, o decadente Estadão enaltecer essa figura do primeiro ministro Rodrigo Maia, como condutor do sucesso da aprovação da reforma da previdência. Demorou só 10 meses para sair desidratada em R$ 200 bilhões.
Difícil dizer se há mais bandidos nas ruas q no Congresso Nacional.
Entre times q circulam por Brasília, há um certo botafogo q quer, a td custo, travar o país, e o faz.