(J. R. Guzzo, publicado no jornal Gazeta do Povo, em 2 de agosto de 2021)
Quase todos os jornalistas brasileiros estão convencidos, há muito tempo, de que o presidente Jair Bolsonaro é o principal inimigo da imprensa no Brasil. É, por isso, a maior ameaça à liberdade de opinião que a sociedade brasileira está tendo de enfrentar no momento, e sua conduta nessa área é, justamente, uma das maiores provas — segundo a mídia — de quanto ele trabalha para destruir a democracia neste país.
É indiscutível, também há muito tempo, que o presidente não vai com a cara da imprensa e dos jornalistas — da mesma forma como a imprensa e os jornalistas não vão com a cara dele. É uma clássica soma zero, e será mais fácil o camelo da Bíblia passar pelo buraco de uma agulha do que um e outros possam mudar de opinião. Mas, tirando essa questão de sentimentos mútuos, quais as ações concretas que Bolsonaro ou o seu governo, até agora, tomaram contra a imprensa — fatos concretos, e não xingamento de mãe?
O que interessa é isso, e só isso. É por aí que vai se ver como está, na vida real, a liberdade de imprensa no país. O governo federal, desde que começou a funcionar, já praticou atos objetivos contra a imprensa? Sabe-se muito bem que atos são esses — censura, prisão de jornalistas, discriminação entre veículos, pressão econômica, processos na Justiça, perseguições pessoais, agressões e o resto dessa procissão tão típica de todas as ditaduras. De duas uma: ou praticou ou não praticou. Se praticou, está agindo contra a liberdade de imprensa. Se não praticou, não está fazendo nada.
Para a oposição, a esquerda e a mídia, o governo não faz outra coisa a não ser perseguir a imprensa — na verdade, quase não tem tempo para fazer mais nada. O levantamento, recentemente publicado, de uma organização apresentada como técnica e neutra na área de monitoramento das liberdades chega a dizer que Bolsonaro, desde a posse, tomou exatamente 464 decisões públicas contra a imprensa — nem mais nem menos. Essa mesma organização se declara a favor do incêndio à estátua de Borba Gato, em São Paulo, age em conjunto com o “movimento negro” e acredita que a vereadora Marielle é a “vanguarda da transformação política no Brasil”. Mas as suas contas são apresentadas pelos meios de comunicação como verdade científica e definitiva, publicadas como fato indiscutível — um modelo de isenção e de precisão jornalística.
E na vida como ela é — o que está acontecendo? Na vida como ela é, o senador Renan Calheiros, o novo herói dos jornalistas brasileiros, pratica, aí sim, um ato objetivo de agressão contra um veículo de imprensa: pediu a quebra do sigilo bancário da rádio Jovem Pan de 2018 para cá, com a desculpa de investigar se ela estaria ganhando dinheiro para divulgar “notícias falsas” sobre a covid. O requerimento é grosseiramente ilegal; além disso não tem pé nem cabeça. O que o ano de 2018 poderia ter a ver com uma epidemia que começou em 2020? Que notícia “falsa” a emissora divulgou até hoje? É tudo mentira, unicamente isso: Renan está atacando a Jovem Pan porque quer calar programas jornalísticos independentes que o incomodam. É essa a “liberdade de imprensa” que os atuais defensores “da democracia” querem no Brasil.
A única pergunta decente que se poderia fazer a respeito disso é: “Quantas vezes, naqueles ‘464’ atos de ataque à imprensa, o governo Bolsonaro pediu a quebra do sigilo bancário de um veículo ou de algum jornalista?” A resposta é: nenhuma. Da mesma maneira, o único jornalista preso hoje no Brasil está privado da sua liberdade por ordem do Supremo Tribunal Federal, acusado de ofender a “democracia”.
A mídia brasileira de hoje vive no meio de uma mentira gigante.
Leia também: “Nível raso”, artigo de J. R. Guzzo publicado em Oeste
#STFVergonhaNacional
No Brasil é garantida a liberdade de expressão.
Liberdade de concordar com eles.
Como no filme do Matrix, tomamos a pílula vermelha e começamos a ver que fomos enganados uma vida inteira. Obrigado Mestre Guzzo e Revista Oeste por nos mostrar a verdade dos fatos.
Corrigindo: lucidez.
A verdade, Mestre Guzzo, é que a imprensa brasileira morreu, já acabou.
Há exceções como a do Sr. e dos jornalistas da Oeste, além da Rádio Jovem Pan e alguns outros jornalistas isentos que mantêm sites independentes, sem me esquecer da Gazeta do Povo.
Os grandes jornais, que só tem de grande e honroso o passado, esses já morreram e esqueceram de ser avisados dos óbitos. Uma pena.
Obrigado, Mestre Guzzo, por falar o que nós, a grande maioria do povo, gostaríamos de poder falar sobre a velha imprensa e o falido STF.
Parabéns pela clareza e lucides do artigo, como sempre, aliás !
Agora pouco falou o Pres do TSE ( aquele orgão publico que só tem no Brasil, e ainda fica mamando no nossos impostos). Mentiu do começo ao fim, achando que toda aquelas bobagens poeticas; só convence aquela minoria que não quer largar a boquinha.
A grande mentira que pode ser comprovada é de que a invasão do Capitólio gerou inúmeras mortes, quando na realidade só houve uma, vítima de um tiro de policial, realmente esse mentiroso só convencer que não quer largar a boquinha, seus apoiadores, canalha.
Deixe esse renan com letras minúsculas usufruir seus últimos suspiros no poder. Próximo pleito o povo o jogará pro olho da rua. Ele e todos esses deputados e senadores covardes que se dizem ser representantes do povo o que na verdade são todos falsos.
Excelente texto. Parabéns Guzzo.
Hojé é a Jovem Pan, amanhã imprensa marrom dos quintos, são vocês. Vocês que defendem ladrão, apoia ladrão para volta ao poder. Podem esperar a vez de vocês.
Vamos resumir assim: entre Renan Calheiros e um saco cheio de esterco, fico com o segundo. Porque ainda dá pra aproveitar o saco após devidamente limpo.
Quanto à Jovem Pan é totalmente sem sentido o pedido do Vagabundo, mas aproveito para criticar a emissora e pedir a ela que explique por que é contra o Presidente Bolsonaro.
Basta ver o título da matéria publicada no seu site ontem: “apoiadores de Bolsonaro vão às ruas por voto impresso”. Mais tendencioso que isso é impossível. O certo seria: “milhares de brasileiros vão às ruas em todo o Brasil pedir pelo voto auditável”.
É de uma incoerência total os “senhores da JP”ostentar uma linha contrária ao Presidente e ao mesmo tempo manter no ar o programa Os Pingos nos Is, carro chefe da emissora e que atinge três milhões de ouvintes.
Mas o que importa é a grana, né JP?!
Depois de alguns solavancos, é um prazer percorrer as linhas lúcidas de um texto do mestre Guzzo. Eu, particularmente, ainda estou tentando entender o que aconteceu com a velha imprensa no Brasil. Sabe-se que ela foi sustentada pelos governos petistas e Bolsonaro fechou essa torneira, mas sabe-se também que ela tem, e sempre teve, potencial para se libertar disso. Basta ver o está acontecendo com diversos veículos novos, como a Oeste, que estão conquistando a confiança do público e substituindo a velha imprensa. Como eu já disse, ainda estou tentando entender. Acho que apenas as ofensas proferidas pelo Bolsonaro não justificariam o suicídio coletivo que está em curso.
Mudando de assunto, mas não muito, acabei de assistir no Youtube o Programa 4×4 de ontem, dia da manifestação pró voto impresso auditável (Luís Ernesto Lacombe, Rodrigo Constantino, Ana Paula Henkel e Guilherme Fiuza). Magnífico! Um destaque muito especial para Guilherme Fiuza, num discurso que considero histórico. Imperdível! Esse discurso foi decisivo para que eu o incluísse na galeria dos meus mestres: Mestre Fiuza.
Vagabundo e Ladrão, com viés de Coroné do Sertão, alinhado com a Imprensa Marrom que o apoia-o para destruir concorrentes que crescem na mídia e tomam seus mercados, é a sociedade dessa Oligarquia Nojenta com a Bandidagem da Politica para dominar um povo.
Tergiversar para o que nos importa ficou impossível!!!
Observo esses marginais dando os últimos suspiros, mas ainda eloquentes têm a certeza de que as instituições são intactas, e foram formatadas para aquiesce-los.
Para a latrina da história estão partindo todos.
De que adianta transitar no Chiado transfigurado, se depois da 2a. Garrafa do bom alentejano mostram até o rabo, com vaia em arruelas fugitivos?
Ledo engano.
Brilhante artigo. É preciso assinalar que a Globo, Folha, Estadão, revista Veja, agem absolutamente alinhados com a mesma estratégia com STF e partidos de esquerda. Existe um alinhamento preciso, indisfarçável, contínuo, sempre na mesma linha e com o mesmo objetivo que é destruir o atual governo, custe o que custar. Quando dizem que não existe conspiração, eu dou risada. Existe e vivemos o seu auge!
Faltou o antagonista do revoltado com a vida, por motivos óbvios, Diogo Mainardi.
E não só a imprensa parece ter esquecido ou não enxergar quem a oprime. Parece que o Ministério Público também já se esqueceu de que o povo foi à rua para defender a Instituição dos ataques dos governos anteriores. O atual só lhes tirou benefícios financeiros. Mas não a liberdade. A LEI DA MORDAÇA é da era petista…