A pedido da ala governista, o presidente da CPMI do 8 de Janeiro, deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA), adiou por dois dias a última votação de requerimentos do colegiado. Inicialmente, a votação deveria ser feita, nesta terça-feira, 26, mas não foi possível chegar a um acordo entre a posição e o governo.
Desse modo, a ala governista, por intermédio do deputado federal Rogério Correia (PT-MG), pediu a Maia que adiasse a sessão deliberativa para a quinta-feira 28.
“O deputado Rogério Correia me chamou para insistir em uma tentativa de conciliação”, disse o presidente da CPMI nesta manhã. “Eles pediram para que, em vez de colocarmos hoje esse requerimento em votação, deixássemos para fazer nesta quinta-feira. Não tem nenhum problema, sempre prefiro pelo acordo e conciliação.”
No início da sessão, o deputado baiano fez um discurso defendendo o direito da minoria na CPMI. “Tenho lutado para construir consensos”, declarou Maia.
O recado foi direcionado aos governistas, que possuem maioria no colegiado, mas, nas últimas reuniões, não fecham acordos com a oposição. Neste momento, a comissão ouve o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional.
Embates sobre oitivas na CPMI
Em meio a impasses sobre as últimas convocações na CPMI, a ala governista e a oposição tentam emplacar os nomes que consideram prioritários. Conforme apurou Oeste, restam ainda seis oitivas antes do fim do colegiado.
Desse total, quatro vão ser entregues ao governo e duas à oposição. Os governantes tentam sugerir nomes que possam estar relacionados à delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O militar fechou uma colaboração premiada com a Polícia Federal que, depois, foi chancelada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A base do governo também incluiu na lista de pedidos o acesso aos Relatórios de Inteligência Financeiros (Rifs) do ex-presidente de sua mulher, Michelle Bolsonaro.
Já a oposição tenta convocar Sandro Augusto de Sales Queiroz, ex-comandante do Batalhão de Pronto Emprego da Força Nacional de Segurança, que responde ao Ministério da Justiça.