Um grupo de professores da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes) se reuniu em frente à Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), em Vitória, para um ato ‘em defesa da educação pública’ na tarde desta quarta-feira, 29. A Ufes é uma das universidades que optou pela continuidade da greve.
De acordo com a Adufes, o protesto faz parte da reunião extraordinária da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Ales, que teve como proponente a deputada estadual Camila Valadão (Psol-ES).
Na ocasião, os docentes estenderam faixas e distribuíram panfletos com suas reivindicações. A reportagem de Oeste teve acesso ao material.
A agremiação afirma que a Ufes não recebe recursos suficientes para suas operações, incluindo auxílios e bolsas. Também há queixas sobre as tarifas do restaurante universitário e da falta de recursos para moradias estudantis.
Associação de docentes da Ufes é vinculada a grupo que recusou oferta do governo Lula
A Adufes é vinculada ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), que não aceitou a proposta de reajuste salarial feita pelo governo Lula durante a negociação com as entidades representativas.
No entanto, a oferta foi aceita pela Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes). Os docentes devem ter aumento de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. Servidores pediam reajuste de 7,06% em 2024, 9% em 2025 e 5,16% em 2026.
A estratégia do Andes agora é mostrar força a Brasília a fim de forçar uma nova rodada de negociações. O grupo avalia que o percurso das negociações só fortaleceu o movimento e deixou o governo fragilizado. Depois do ocorrido, afirma que Lula não pode mais se dizer defensor da educação.
O presidente enfrentou protestos de professores e estudantes em agendas durante o fim de semana. Na quinta-feira 23, Lula afirmou que “eles [servidores] pedem quanto eles querem, a gente [governo] dá quanto a gente pode”.
Para os sindicalistas, é hora de apresentar outras exigências, como a recomposição do orçamento das universidades federais, em queda nos últimos anos. A Unifesp e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por exemplo, já anunciaram estar em calamidade financeira.
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