Em comentário para o programa Oeste Sem Filtro, o jornalista Alexandre Garcia analisou a fritura da ministra do Turismo, Daniela do Waguinho.
Na quinta-feira 6, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva optou por demiti-la. O ato ocorreu horas depois de o ministro da Secom, Paulo Pimenta, afirmar que Daniela ficaria no posto.
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“Acabou, ou quase acabou, a fritura da ministra do Turismo, Daniela do Waguinho — ou Daniela Carneiro, mulher do prefeito de Belford Roxo.
Ele próprio anunciou que Daniela havia posto o cargo à disposição. É um engano, porque ministro sempre tem o cargo à disposição do presidente da República. Não precisa pôr à disposição. O cargo de ministro é demissível.
A pobre Daniela está sendo fritada há um mês e ainda ficará no cargo até a semana que vem. Esse apego ao protocolo, às honrarias, à celebridade é incrível. É falta de amor próprio, que hoje também chamam de autoestima.
Para o lugar dela virá um deputado do União Brasil. É Celso Sabino, do Pará. Não sei se ele é um grande pós-graduado, tem doutorado em turismo, já viajou pelo mundo inteiro, já subiu na Torre Eiffel, já subiu na Torre de Pisa, já escalou o Duomo de Milão, já passou for Florença, já foi ao Japão e à China… Não sei se já fez isso, para saber como é o turismo nesses lugares.
No Brasil, há muitas coisas a serem feitas para atrair turistas estrangeiros. Estes últimos estão acostumados com segurança, limpeza, organização, bom atendimento. E temos as belezas naturais esperando por isso.
E o Lula, hein? Liberação de R$ 5,3 bilhões em emendas parlamentares para deputados votarem na reforma tributária. Sabe quem mais recebeu emendas, ontem? O PL, mesmo PL que estava discutindo com Tarcísio Gomes de Freitas e Jair Bolsonaro sobre a reforma.
Fica aqui o registro: o presidente Lula recebeu Jean Wyllys, o homem que, recém-eleito, renunciou ao cargo e sumiu. Foi para a Europa. Ficou na Europa durante todo o governo Bolsonaro. Agora voltou.
Ontem, em 1885, Louis Pasteur aplicou a vacina contra a raiva num menino que havia sido mordido por um cachorro louco. Pasteur salvou a vida do menino.
Registro aqui essa história de vacina porque não entendo a razão de o governo brasileiro não comprar a vacina contra a dengue, que está aprovada pela Anvisa. Essa vacina tem dez anos de teste e é aplicável em pessoas de 4 a 60 anos de idade. Ela imuniza contra a dengue de quatro a cinco anos.
A vacina está nas farmácias e nos laboratórios, mas não na rede pública. O governo não quer comprá-la, porque alega que está desenvolvendo uma. Isso vai levar quanto tempo? Cinco anos, no mínimo?
A vacina mais rápida que já saiu foi a do sarampo — levou cinco anos. Fizeram tanto barulho sobre a vacina experimental, emergencial, e agora não compram uma vacina super testada.”