André Esteves, dono do BTG Pactual, disse que o programa Auxílio Brasil, idealizado para substituir o Bolsa Família, é viável economicamente. A declaração foi feita na última quinta-feira, 21, em reunião com investidores.
“Dá para ser R$ 400; é fácil encarar”, afirmou o banqueiro, ao argumentar que os custos do programa são compatíveis com o Orçamento. “O mercado está estressado é com a dinâmica. O que vem depois? Em que o presidente Jair Bolsonaro acredita? O que os políticos em torno dele pensam?”
Esteves continuou. “O mercado está inseguro porque muitas bobagens foram ditas nos últimos meses, há uma insegurança natural”, observou. “Agora, tem vale-caminhoneiro, tem não sei o quê, vira uma confusão generalizada e ninguém sabe direito onde isso vai parar”, acrescentou.
Essas declarações estão em um áudio de uma conferência fechada do BTG Pactual. A gravação, com mais de uma hora de duração, foi obtida pelo portal Brasil 247. Ouça na íntegra.
Diálogo com Lira
No início da reunião, Esteves explica que se atrasou porque estava conversando com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O parlamentar teria interesse em saber a opinião do banqueiro sobre a demissão de quatro secretários do Ministério da Economia.
“O secretário do Tesouro, Jeferson Bittencourt, acabou de renunciar com outros três; tem mais quatro ameaçando pedir demissão”, disse. “Atrasei porque o presidente da Câmara me ligou para perguntar o que eu achava disso.” Esteves teria respondido ao deputado: “Arthur, vou dar uma palestra à tarde. Se quiser, dá um pulo aí. Mas legal não está, né?”
Reforma tributária
Esteves revela que sugeriu o fatiamento da reforma tributária, a começar pelo reajuste da tabela do IR e a tributação de dividendos. “A reforma não é ruim, poderia ser um pouquinho melhor”, analisou. “Acho que falta mais densidade de formulação na equipe do Paulo Guedes, porque 80% do texto foi corrigido. Gostei de o Congresso querer ouvir, acatar sugestões.”
Eleições presidenciais
De acordo com o banqueiro, o centro político decidirá as eleições em 2022. “Não estou muito preocupado com a consequência eleitoral”, afirmou. “Se Jair Bolsonaro ficar muito doido, não vai ser eleito. Se Lula for muito esquerdista, também não vai ser eleito.” Esteves argumentou que as pautas que elegeram o atual presidente da República permanecem dominantes. No entanto, ressaltou a força política do petista, que pode vir a ser candidato.
“As pessoas percebem o Lula de maneira madura, há certa injustiça em seu entorno”, disse. “Por outro lado, existe a sensação de culpa no cartório, mais associada ao PT. O problema do Lula é o CNPJ. Lula é meio Macunaíma — meio vilão, meio herói. O problema é o que vem junto, aquela turma do PT.” Ele também observou que os outros dois nomes no páreo para o Planalto em 2022 são os governadores Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, e João Doria, de São Paulo.
Centro político, Dilma Rousseff e 1964
Esteves defendeu o centro político como mantenedor da República brasileira. “Pelo caráter fisiológico, a gente tende a desprezar essa galera que flutua pelo centro, que a cada hora tem um nome — centrão, blocão”, disse. “Agora, não tenho dúvida: durante cem anos, esse centro que nos manteve republicanos.”
Segundo o banqueiro, o Brasil flertou com políticos autoritários nas últimas décadas. “Quando a Dilma endoideceu, alguém foi lá e advertiu: ‘Espera aí, vamos dar uma parada nisso’”, lembrou.
Esteves ainda fez analogias entre o golpe militar de 1964 e o impeachment de Dilma Rousseff. “Em 31 de março, não houve nenhum tiro, ninguém foi preso, as crianças foram para a escola, o mercado funcionou”, disse. “Com simbolismos, linguagens, personagens da época, mas a melhor analogia é o impeachment da Dilma.”
Conversa com o Supremo e consulta de Campos Neto
O banqueiro alega ter conversado com os ministros da Suprema Corte acerca da importância da independência do Banco Central. “Foi importantíssimo dialogar com os magistrados”, revelou. “O melhor argumento foi explicar que nos Estados Unidos, Japão, Alemanha e Inglaterra há Banco Central independente, enquanto não existe isso na Venezuela nem na Argentina.”
Esteves ainda afirmou que foi consultado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre qual seria o limite adequado para a queda da taxa de juros, a Selic. A conversa teria ocorrido há mais de um ano. “Achei que os juros caíram demais na pandemia [2%]. Lembro que os juros estavam assim, em uns 3,5%, e o Roberto me ligou para perguntar sobre isso”, revelou.
O dono do BTG Pactual disse ainda que, graças à autonomia do Banco Central, não haverá grandes prejuízos caso Lula ganhe a eleição. Isso porque Campos Neto ficará mais dois anos no cargo, independentemente do resultado da disputa.
Banqueiro falando positivamente do Lula, quer dizer que eles ganharam muito dinheiro com a era lula no mínimo, mas, quem não ganhou dinheiro naquela época, até os pobres kkkkkkk
Ê Claro que importa o resultado da eleição de 2022. Não somos tão ingênuos a ponto de pensarmos da mesma maneira que o dono do BTG Pactual. Já sofremos o bastante com Mensalão e Petrolão. Chega.
Banqueiro sendo banqueiro, não quer o Brasil como economia de primeiro mundo, porque no primeiro mundo, para ganhar dinheiro o sarrafo é bem mais em cima.
Olhem o lucro dos Bancos no primeiro semestre e terão noção do que acontece no Brasil. Presidente da Camara Artur Lira se aconselhando com André Esteves, me parece que ele está assistindo muito a Rede Globo. O Artur Lira deveria saber que quando fica muito bom para Banqueiros, o conjunto da sociedade paga a conta. Rentista se acha um ser supremo, acima das leis e compromissos com estado, acham que não precisam pagar impostos. O Presidente está certo, tem que cuidar dos Brasileiros em primeiro lugar, é a fonte originária de tudo o que acontece no Brasil.
Ou seja esse tal de Esteves admira o camaleão Lula, porque se adapta a qualquer ambiente. Esse era o economista que Lira queria para substituir o Funchal ou o próprio Paulo Guedes? É muito estranho o apoio do Lira ao presidente Bolsonaro, que por vezes parece sério ou melhor que o do Pacheco, e em outros momentos deixa dúvida.
O banqueiro de estimação do Lula.
Banqueiro defendendo o ladrão do Lula numa conferência fechada do banco. Foi o que consegui absorver da matéria, porque depois disso ficou complicado me concentrar.
Esse não vale a m que come.