O Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que as obras da usina nuclear de Angra 3, a ser instalada em Angra dos Reis (RJ), estão em “ritmo bastante reduzido”. Isso pode prejudicar o cronograma para conclusão do empreendimento.
A constatação está no relatório consolidado do Fiscobras, aprovado na quarta-feira 1º, pelo plenário do órgão fiscalizador.
Leia também: “Usina Nuclear Angra 2 vai ficar desligada por um mês para manutenção”
As obras da usina começaram em 1981. Contudo, em decorrência de ineficiências, ausências de recursos, rescisões contratuais e investigações de corrupção no âmbito da Operação Lava Jato, foram retomadas e interrompidas reiteradas vezes.
O custo estimado para a conclusão totaliza R$ 20 bilhões. Já um eventual abandono do empreendimento custaria mais de R$ 10 bilhões.
A análise do TCU sobre Angra 3
O TCU acompanha o assunto em diversos processos, com apontamentos relacionados a irregularidades contratuais, viabilidade econômico-financeira e atrasos no cronograma de implantação. Também está no radar do TCU a metodologia utilizada para a definição da tarifa que seria paga pela geração de energia da usina.
Diante das constatações, a área técnica do TCU propôs comunicar o Conselho de Política Energética (CNPE) e o Congresso Nacional para que tomem ciência dos riscos e dos impactos decorrentes do atraso dessa etapa das obras para o cronograma geral do projeto, com potenciais prejuízos à Eletronuclear e aos consumidores.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
“Ainda há uma série de indefinições relacionadas à viabilidade e à efetiva retomada e conclusão de Angra 3”, constatou a área técnica. “A exemplo da ausência de definição do CNPE quanto à decisão por autorizar, ou não, a outorga de Angra 3, e consequente aprovação dos preços da energia da usina.”
Em agosto, o governo federal incluiu a análise sobre as obras para a conclusão da usina de Angra 3 no pacote do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O portfólio do programa, contudo, não prevê a conclusão do projeto, apenas “estudo de viabilidade técnica, econômica e socioambiental” das obras da usina.
Leia também: “PAC Zero”, reportagem de Silvio Navarro publicada na Edição 172 da Revista Oeste
Revista Oeste, com informações da Agência Estado
Esta Usina está totalmente ultrapassada…São 42 anos de obra. Foi da época do Opala…