O antissemitismo disparou no Brasil depois dos ataques terroristas do Hamas a Israel em 7 de outubro e de declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde então, as denúncias aumentaram mais de sete vezes.
Os dados compilados em um relatório foram apresentados pela Confederação Israelita do Brasil (Conib) e pela Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp). As entidades divulgaram o material na manhã desta terça-feira, 11.
A divulgação das informações ocorreu durante evento no Clube Hebraica, em São Paulo. A reunião contou com a presença dos presidentes das entidades, Claudio Lottenberg, da Conib, e Marcos Knobel, da Fisesp.
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Os órgãos registraram 2 mil queixas do início do conflito até maio deste ano, ante 275 no mesmo período anterior, uma alta de 630%. A depender do contexto, as ações podem ser tipificadas como diferentes crimes no Brasil, como incitação ou indução a preconceito, crime de ódio ou mesmo racismo.
As informações, coletadas em canal de denúncias administrado pelas instituições, comparam ainda todo o ano de 2023 com o de 2022, quando houve 1,4 mil reclamações contra 397, um aumento de 255%. Somente de 1º de outubro a 31 de dezembro passado, houve 1,1 mil denúncias, ante 125 no mesmo período de 2022 (800%).
Para Lottenberg, esses números são alarmantes. Ele disse que há uma banalização e utilização imprópria do conflito por influenciadores digitais e “declarações esdrúxulas” de autoridades.
“Divulgar esses dados é fundamental”, disse Lottenberg. “Não podemos conviver com a intolerância. Esse é um momento de dor para o povo judeu, desde o dia 7 de outubro. O discurso do ódio jamais deixou de existir, ele só estava latente.”
Relatório destaca declarações antissemitas de Lula
O relatório destaca uma fala de Lula, em 18 de fevereiro, como um dos motivos para o aumento de atos antijudaicos. Na ocasião, o petista disse que as ações militares de Israel na Faixa de Gaza se comparavam a “quando Hitler resolveu matar os judeus” na Segunda Guerra Mundial, em referência ao Holocausto.
De acordo com o relatório, atos considerados antissemitas incluem, entre outros, negar a existência do Holocausto, seu alcance ou seus efeitos, ou que sua intenção fosse cometer um genocídio contra os judeus; reproduzir estereótipos, como os de que judeus controlam a mídia ou a economia; e usar símbolos historicamente associados ao antissemitismo, como a suástica nazista.
Para Marcos Knobel, da Fisesp, a educação é a chave para combater o antissemitismo, seja nas universidades, seja nas escolas.
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“Vamos às universidades levantar problemas de intolerância aos judeus e para levar nosso ponto de vista, e isso tem ajudado a reduzir a visão antissemita”, disse Knobel. “Mas também é preciso agir na base, que são as escolas, em especial as não judaicas, onde houve relatos de antissemitismo. Só assim conseguiremos um mundo sem antissemitismo, sem racismo, um mundo melhor.”
As declarações abriram uma nova crise diplomática com o governo israelense, que convocou o embaixador brasileiro em Tel-Aviv para uma “chamada de reprimenda”. Desde então, a Embaixada de Israel não tem um representante, e o governo Lula não deve indicar substituto até que a guerra termine e que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu saia do poder.
No recorte do ambiente virtual, afirma o relatório, as agressões contra os judeus aumentaram 419%, em 2023, em relação ao ano anterior, que aumentou de 202 para 1 mil. No mesmo período, foram registradas 42 incidentes verbais e cinco agressões físicas, enquanto em 2022, houve um incidente de cada tipo.
As plataformas Instagram e Twitter/X concentram o maior número de denúncias, 43% e 32%, respectivamente. Essas queixas revelam picos de interações on-line de cunho antissemita, segundo o relatório, quando autoridades públicas ou influenciadores expressam ideias consideradas anti-Israel.
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Um trecho do levantamento lembra casos como o da chilena suspeita de atacar comerciante uma judia de Arraial d’Ajuda, em Porto Seguro (BA), em fevereiro, antes da fala de Lula. Além de alunos da escola de elite Beacon School, em São Paulo, que, em março, teriam ofendido um colega de turma que é de família judaica.
Fora das redes sociais, as instituições relatam que o preconceito contra judeus se manifesta, também, em locais públicos e próximos a sinagogas, além de pichações, cartazes antijudaicos e nazistas e a distribuição de materiais que promovem o antissemitismo. Essas ocorrências aumentaram 86% depois de 7 de outubro, aponta o relatório.
Em novembro passado, logo depois do início da guerra Israel-Hamas, a Conib apresentou dados que mostravam que as denúncias de antissemitismo no Brasil haviam aumentado dez vezes em outubro de 2022, em comparação com o mesmo mês do ano passado, que passou de 44 para 467.
Brasil e Israel tinham ótimas relações durante o governo Bolsonaro, O que foi que mudou de lá pra cá? Porque esse mal estar entre as nações? Eu respondo, Lula.
Aliás, ótimas relações desde a criação do Estado de Israel, em 1948. Porém no Brasil, desde 01 de janeiro de 2.023 o mal quer expandir suas trevas atacando e tentando destruir as coisas e causas do Bem.
Para o STF e Lula, racismo, xenofobia, preconceito e antisemitismo não são crimes. Outra coisa que faz mil vezes que peço é de que alguém informe qual a área ou território exitido pelo “Estado Palestino”. Ninguém responde, nem de um lado, nem de outro.
O que precisava ganhar corpo no Brasil é o antipetismo.
Quem sabe o brasileiro não toma vergonha na cara.
Exatamente…! Dou a maior força.