Críticas de Aras expõem divisão dentro do Ministério Público e mostram que a Lava Jato sofre oposição dentro da instituição
As recentes críticas do procurador-geral da República, Augusto Aras, ao trabalho da Operação Lava Jato escancararam uma divisão interna dentro do próprio Ministério Público Federal (MPF) com relação aos métodos adotados pela força-tarefa de procuradores em Curitiba.
Se, por um lado, a Lava Jato era tida como um sucesso de público pelo fato de ter colocado na cadeia figurões da política brasileira como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (solto após decisão do Supremo Tribunal Federal), por outro, integrantes do MPF e do Poder Judiciário sempre viam falhas no modus operandi da força-tarefa. Por isso, dentro do próprio MPF, formaram-se duas correntes distintas de atuação: os lava-jatistas e os garantistas.
Ao afirmar que a República “não combina com heróis” em referência aos procuradores da Lava Jato, Aras expôs de forma clara essa subdivisão dentro do próprio MPF. Para o procurador-geral, que representa essa ala garantista, a Lava Jato cometeu vários excessos e eventuais erros poderiam ser fatais para o futuro da própria operação. “Precisamos apenas corrigir rumos ante desvios das forças-tarefas; inclusive pretendemos aumentar o número de procuradores, servidores e meios materiais”, defendeu Aras aos senadores nesta quarta-feira, 29.
Disputa
A força-tarefa, por sua vez, insinuou em nota oficial que Aras estaria trabalhando em favor de políticos alvo de apurações do MPF. “Investigações de crimes graves que envolvem políticos e grandes empresários desagradam, por evidente, parcela influente de nossa sociedade, que lança mão de todos os meios para desacreditar o trabalho até então realizado com sucesso”, destacaram os procuradores.
Aras vem acusando membros da força-tarefa em Curitiba de manter sob seu controle informações sensíveis sobre aproximadamente 38 mil pessoas, que não são necessariamente objeto de investigação. A força-tarefa nega. “Pode-se até criticar pontualmente a Operação Lava Jato, mas não se pode desqualificar uma operação que devolveu bilhões de reais aos cofres públicos através de acordos de leniência e condenações judiciais, muito menos desconsiderar que as condenações da primeira instância foram mantidas nas instâncias superiores, muitas vezes com as penas sendo majoradas”, destacou Eduardo André Brandão, presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe).
Concordo. Vamos expor – jogar no ventilador – as informações dessas 38 mil pessoas que a Lava Jato tem em seus arquivos e não seriam alvo de investigação. Assim fica tudo nivelado.
O que não pode é esconder do povo que político, juiz ou empresário roubou ou foi beneficiado por empreiteira ou frigorífico.
Em tempo: que os procuradores da Lava Jato se unam e denunciem.
Apoio a Lava-jato. Gostaria que operação acelerasse os processos que envolvem políticos, ministros da república e do STF, juízes, advogados de bandidos, grandes empresas e empresários, e chefes do tráfego. Muito trabalho, reconheço.
Concordo que a Lava Jato não deveria manter nenhuma informação sob sigilo. Tem que divulgar tudo. Eu gostaria muito de ver os nomes dos tais 38.000 investigados e de quais crimes são acusados. Deve ter tanta gente conhecida ali… Adoraria saber o nome dos denunciados nas delações da Odebrecht, do Eike Batista, dos operadores do PT e PSDB. Imagina o que tem de jornalista comprado para dizer o que lhe mandam…
Que se ajuste o que precisar mas que se apoie a lava jato. Ela é necessária para manter os poderosos que desviam recursos ou cedem a corrupcao sob pressão. Mesmo que agora só na última instancianpodem ser detidos ficarão expostos e terão que ter mais cuidado. Apoio a lava jato.