O presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou junto à equipe econômica a elaboração de uma proposta de aumento linear de 5% para os servidores públicos federais. A medida teria um impacto de cerca de R$ 6 bilhões neste ano, acima do R$ 1,7 bilhão previsto para reajustes salariais no orçamento.
A expectativa é que Bolsonaro anuncie nos próximos dias a concessão do reajuste. O aumento é linear e abaixo da inflação para todos os servidores, o que também inclui militares das forças armadas.
Nos bastidores, os interlocutores apontam que o governo quer anunciar o quanto antes a medida para aplacar os movimentos de servidores, que deflagraram greves e manifestações. Inicialmente, a ideia do governo era conceder um aumento apenas para carreiras policiais, mas devido a protestos de outras categorias, o aumento deverá ser estendido aos demais servidores federais.
Como o percentual corrige defasagem inflacionária, a concessão do benefício não esbarra na Lei Eleitoral, que proíbe o benefício no período de seis meses antes do primeiro turno da disputa presidencial.
Greve
O governo enfrenta uma série de paralisações no funcionalismo público. Os servidores do Banco Central, por exemplo, estão em greve desde 28 de março, reivindicando reajuste salarial. Na semana passada, anunciaram a suspensão do Boletim Focus, importante relatório com os principais índices econômicos, como o PIB, inflação, câmbio e Taxa Selic.
Os auditores da Receita Federal aprovaram paralisação em dezembro do ano passado e estão em operação padrão. Funcionários do INSS pararam as atividades em março reivindicando, entre outros pontos, uma recomposição salarial. Servidores do Tesouro Nacional também aprovaram paralisações pontuais neste mês.
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