Presidente da República sai em defesa da proposta de Guedes e avisa: tributação digital não é CPMF. Bolsonaro explica que o imposto retira encargos das empresas
O presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa da reforma tributária sugerida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Em conversa com apoiadores, no Palácio da Alvorada, no sábado, 18, negou que a intenção da equipe econômica e do próprio governo seja recriar a extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
Questionado por jornalistas, Bolsonaro logo se prontificou a desvincular a medida sugerida pelo governo da CPMF. “O que o Paulo Guedes está propondo não é CPMF, não. É uma tributação digital. Não é apenas para financiar um programa que envolveria quase todos que estão aí. É para desonerar, também, a folha de pagamento. É uma compensação. É eliminar um montão de encargos em troca de outro, mas, se a sociedade não quiser, não tem problema nenhum”, destacou.
O presidente evitou, contudo, se posicionar a favor ou contra da criação do tributo. Mas voltou a defender a proposta de Guedes. “Não pergunte se eu sou favorável ou não, porque já seria maldade essa pergunta. É maldade. A proposta do Paulo Guedes visa desonerar a folha de pagamento, porque não é fácil a vida dos patrões, também. O pessoal fala que a vida de empregado é difícil, mas a do patrão também é difícil”, ponderou.
A CPMF, criada no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi uma cobrança que incidiu sobre todas as movimentações bancárias — exceto nas negociações de ações na Bolsa, saques de aposentadorias, seguro-desemprego, salários e transferências entre contas correntes de mesma titularidade — e vigorou no país por 11 anos. Ela, contudo, tinha um viés arrecadatório, para financiar a saúde. Guedes sugere o novo tributo para financiar o Renda Brasil e tirar impostos das empresas.
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