O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira, 19, em Cuiabá, que pediu ajuda diplomática à Organização Mundial do Comércio (OMC) para blindar os fertilizantes das sanções impostas à Rússia. Segundo ele, a alta do preço desses insumos pode colocar o Brasil em uma “guerra da segurança alimentar”.
Ontem, o chefe do Executivo federal, Bolsonaro, se reuniu com a diretora-geral da OMC, a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala. O Brasil já vem pedindo há semanas que os fertilizantes russos sejam excluídos das sanções impostas a Moscou. Na ocasião, a dirigente respondeu que conversaria com autoridades sobre o pedido do presidente.
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“Aproveitei o momento, dada a importância dessa senhora, [para] pedir para ela que embargos de fertilizantes não ocorram no mundo todo, bem como esses fertilizantes não continuem aumentando de preço. Caso contrário, poderemos brevemente estar envolvidos na guerra mais cruel que se possa imaginar, a guerra da segurança alimentar”, afirmou.
“Nós sabemos do velho ditado: em casa onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão, o mundo corre este risco”, declarou Bolsonaro.
Brasil consome 8% de toda a produção mundial de fertilizantes, avaliada em 55 milhões de toneladas, mas importa 85% do insumo usado pelo agronegócio, principalmente da Rússia, que sofre um forte embargo econômico promovido pelos Estados Unidos, por países da Europa Ocidental e pelo Japão, por causa da invasão militar à Ucrânia.
“A gente pede a Deus sempre que nos dê esperança, que acalme os corações de quem quer que seja, para que a gente possa voltar à normalidade”, acrescentou o presidente, numa referência indireta à guerra na Ucrânia, que tem causado turbulências na economia mundial.
Bolsonaro chegou por volta das 16 horas a Cuiabá, para participar da 45ª Assembleia-Geral Ordinária da Convenção-Geral das Assembleias de Deus e do lançamento da Marcha para Jesus. Ele retorna na noite de hoje para Brasília.