Carla Zambelli abre sigilo e nega financiamento de manifestações

A deputada desabafa, fala sobre a vida financeira, ameaças à família e desabafa sobre quebra de sigilo bancário autorizada por Alexandre de Moraes. “Entrei nessa vida política para poder desmascarar corruptos, não ser confundida com eles”

A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) abriu o coração em live nesta terça-feira, 16. A parlamentar desabafou sobre a quebra de sigilo bancário autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e negou qualquer financiamento de manifestações a favor do governo. Falou sobre dívidas e não dispor de dinheiro para financiar atos políticos, citou ameaças sofridas por ela, pelo filho, e criticou a perseguição sofrida.

A parlamentar mostrou alguns dados do extrato bancário em duas contas. Uma pessoal, do Itaú, e a outra em que recebe o salário, na Caixa Econômica Federal. Mostrou ter uma dívida de R$ 11.927 com uma agência de viagens, gastos de R$ 1,3 mil com um cartão e, ao longo de pouco mais de 30 minutos de conversa, mencionou outras dívidas contraídas.

Ao todo, Zambelli disse que acumulou uma dívida de R$ 78 mil para ser deputada. Explicou que, ao longo de sua campanha, despesas pessoais, como gastos com alimentação, foram pagas do próprio bolso. No segundo turno, quando ajudou a fazer campanha pelo presidente Jair Bolsonaro, ela o fez sem recursos das doações recebidas.

Impeachment

O motivo de não financiar manifestações políticas de apoio a Bolsonaro, portanto, é justamente a indisponibilidade de recursos, garante Zambelli. “Um dos motivos pelos quais não financio movimento nenhum é porque não tenho dinheiro”, destacou. A deputada mencionou que é citada no inquérito por ter pedido o impeachment de ministros do STF.

Um dos detalhes que estão no inquérito remonta a um ato de que ela participou em defesa da saída de ministros da Suprema Corte. “Uma das coisas que estão no inquérito é isso. Peguei o microfone na frente do Supremo e disse: ‘Se vocês acabarem com a Lava Jato, vamos entrar com impeachment de vocês e derrubar cada um de vocês'”, afirmou.

Ameaças

O pedido de impeachment de um ministro da Suprema Corte não é inconstitucional e pode ser feito por cidadãos que estejam em dia com a Justiça eleitoral, lembra Zambelli. A parlamentar desabafou dizendo que a Suprema Corte a trata como corrupta, enquanto processos contra investigados na Lava Jato se encontram parados. “Entrei nessa vida política para poder desmascarar os corruptos, não ser confundida com eles”, criticou.

A deputada comentou, ainda, ter sofrido ameaças. Não apenas ela, como o filho. A parlamentar chegou a ponto de precisar pagar a um profissional para moderar e excluir as ameaças que sofre nas redes sociais desde 2019. “Meu filho sofreu no ano passado por pedófilos, que queriam matar. Isso é ameaça”, declarou, em referência às informações de ameaças feitas a ministros do STF.