Foi no dia 4 de dezembro de 2007 que o senador alagoano Renan Calheiros (MDB) gastou mais uma de suas sete vidas na política ao entregar a presidência da Casa para escapar da cassação do mandato. A derradeira votação, depois de um inverno que se estendeu por 194 dias, tratava de um dos cinco processos que enfrentou no Conselho de Ética sobre o uso de laranjas para a compra de rádios, mas, nos corredores do Senado essa era a menor das acusações — ele nunca conseguiu explicar por que a empreiteira Mendes Júnior pagava a pensão de uma filha fora do casamento nem como um rebanho fantasma foi usado para disfarçar cifras no seu Imposto de Renda.
Há décadas, Renan Calheiros é o retrato de um velho Brasil mal-educado, mal-cheiroso e que rema à mercê da bandidagem no empoeirado tapete azul da República. Tudo aquilo tem odor de naftalina de fundo do armário, mas é notório seu esforço para tentar se reinventar. Em 2013, quando arquitetava a volta ao posto de presidente do Senado com o aval do lulopetismo, descobriu virtudes na gestão de Dilma Rousseff que até hoje ninguém conhece e fez até um implante de cabelo parcialmente pago com dinheiro de quem está lendo esta reportagem — usou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) ao custo de R$ 27 mil para fazer o procedimento capilar em Pernambuco.
Leia também: “Termo de declaração prestadas por Renan Calheiros”, artigo de Augusto Nunes publicado na Edição 64 da Revista Oeste
A partir dali, Renan tornou-se o novo amigo da imprensa. No jargão jornalístico, virou “boa fonte” dos repórteres que o descobriram quase uma década depois de estar entre as cordas. Não é exagero afirmar que as redações não conheceram o cangaceiro com mandato que intimidava adversários no Congresso com dossiês sujos numa época em que as tais “fake news” eram peças do xadrez político — foram vítimas Pedro Simon (RS), Jefferson Peres (AM), Marconi Perillo (GO) e Demóstenes Torres (GO).
Tenho cinco perguntas ao xerife de balas de festim — ele pode responder com um “sim” ou “não”, não precisa explicar.
1 — A empreiteira Mendes Junior pagava mensalmente a pensão da sua filha com a jornalista Monica Veloso?
2 — Depois de abrir seu Imposto de Renda, quando estava encurralado por cinco processos de cassação de mandato em 2007, o senhor criou um rebanho de gado fantasma?
3 — O senhor foi sócio oculto de rádios em Alagoas?
4 —O senhor atuou para ajudar uma cervejaria?
5 — Todos os inquéritos (são tantos que não se pode mais contar ao certo o que já caducou) da Lava Jato estavam errados?
Faltou uma:
O senhor acha que o brasileiro é palhaço?
Leia mais: “Circo parlamentar de inquérito”, artigo publicado na Edição 61 da Revista Oeste
O alagoano é o responsável direto por essa desgraça ainda fazer parte do parlamento.
Falta acrescentar, pelo menos, duas perguntas:
1) A mesma empreiteira, ou outra, continua a pagar o cachê da Mônica?
2) Como é mantida filha de “fora-do-casamento”?
O parlamento brasileiro é vergonhoso, e ainda falam na urgência de mudança no sistema de governo, hoje presidencialismo para parlamentarismo. Aí a farra seria total.
Esse não eh nem cangaceiro da era moderna.
Olhando para o histórico de Renan Calheiros, é fácil constatar que o povo não sabe votar, mas, li que apenas 5% dos parlamentares estão em seus cargos atuais por votos próprios, os demais entraram pela janela com ajuda da atual política eleitoral. Assim fica difícil….
Até a CNN Brasil que tem apenas um aninho de VIDA está cheirando a naftalina e já nasceu empoeirada. Imagine a Globo. Na CNN já estão usando o “novo” infelizmente para dar notícia boa ou otimista e usando o “só mataram um do outro lado” para dizer que morreram 12 bandidos e SÓ um policial. Não é só a política velha do STF e de Renan.
Faltou uma para ele responder sim ou não,
O Sr. já perdeu a velha mania de roubar?
Esse meliante acabou de se eleger senador por Alagoas (2018).
O povo brasileiro é muito besta mesmo.
A principal pergunta: até quando o brasileiro vai aturar um verme desse na política?
Tem mais:
Por que o gângster e corrupto 5 estrelas Renan, campeão de processos engavetados, tem o STF nas mãos?
O povo acerta todas as respostas com louvor.
Oi Fátima
Complementando e respondendo: Porque o Senado mantém na gaveta todos os processos contra os ministros do STF?
Essa política brasileira está um mar de lamas, principalmente entre Senado e STF.
Só a aprovação da Lei da Bengala para resolver isso.
Concordo, Carlos Alberto. É a relação mais espúria entre Senado e STF de todos os tempos. É urgente a Lei da Bengala e a faxina de senadores na próxima eleição.
Mais uma pergunta:
O sr já parou de roubar? Apenas sim ou não!!