Na sexta-feira 24, o conselho universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) divulgou uma carta aberta classificando a situação financeira da universidade como “insustentável”. O grupo solicitou ajuda imediata do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a UFRJ enfrenta um processo de redução orçamentária desde 2013, resultando em déficits milionários nos últimos dois anos. A pró-reitoria de finanças estima que a universidade pode encerrar 2024 com um déficit acumulado de R$ 380 milhões. Valor que, a saber, supera em R$ 97 milhões o orçamento de custeio deste ano, que é de R$ 283 milhões.
Os estudantes da UFRJ decidiram iniciar uma greve a partir de 11 de junho por causa da situação financeira da instituição. Eles exigem reajuste salarial dos trabalhadores, um plano nacional de assistência estudantil. Além disso, os universitário pedem recomposição orçamentária e o fim da política de austeridade fiscal.
“Nesse momento, precisamos juntar os estudantes, professores, técnicos e terceirizados na educação”, afirmou Alexandre Borges, coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRJ. “Para lutar pelo que é nosso: orçamento para universidade pública e dignidade para estudar.”
UFRJ cobra investimentos em infraestrutura
A universidade destacou que, apesar de receber complementos financeiros do Ministério da Educação (MEC) para continuar funcionando, não houve investimentos em manutenção predial, internet ou outras áreas essenciais.
“Sucessivas reitorias têm feito o esforço monumental de manter a universidade aberta no contexto de um processo inexorável de degradação de sua infraestrutura”, comunicou o conselho universitário. “Mas estamos respirando por aparelhos.”
A UFRJ reconheceu que o governo federal iniciou um processo de recomposição orçamentária, mas afirmou que os recursos são insuficientes para cobrir o passivo acumulado. A carta aberta também fez um apelo para ajuda de terceiros.
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“Conclamamos não apenas o governo federal, mas também outras esferas governamentais, empresas e toda a sociedade a apoiar a UFRJ”, informa a instituição, em documento. “E restaurar seu lugar como o motor intelectual do Rio de Janeiro.”
O texto finaliza com a universidade pedindo ao MEC uma resposta “clara e honesta” sobre o projeto do governo.
Atualmente, a UFRJ abriga 60 mil alunos de graduação, 15 mil de pós-graduação e 700 alunos do Colégio de Aplicação, distribuídos em diversos campi em três municípios do Estado do Rio de Janeiro.
Na última edição do QS World University Rankings, a instituição foi eleita a terceira melhor do país. A Folha questionou o MEC sobre a falta de verba para a manutenção da universidade na manhã desta segunda-feira, 27, mas não obteve resposta.
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Foi pra isso que fizeram o L.