A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira, 8, o laudo preliminar de uma nova perícia feita nas mensagens apreendidas na Operação Spoofing, contra o grupo de hackers que invadiu celulares e copiou conversas de autoridades — atingindo o ex-ministro da Justiça Sergio Moro e procuradores da força-tarefa da Lava Jato. Parte do material foi compartilhada com os advogados do petista e as análises têm sido feitas em etapas por um perito independente contratado pela defesa.
O envio acontece na véspera do julgamento, na Segunda Turma do tribunal, para decidir sobre a manutenção ou a derrubada do parecer do ministro Ricardo Lewandowski que autorizou Lula a acessar o material. No documento que acompanha a perícia, a defesa do ex-presidente observa que as mensagens encaminhadas nesta segunda foram selecionadas em razão de sua “relevância”. “Esse novo conjunto de mensagens encontradas reforça que o então juiz Sergio Moro orientava e era consultado rotineiramente para a prática dos atos de persecução, notadamente em relação ao Reclamante [Lula]”, diz um trecho do ofício.
O objetivo da defesa de Lula é usar as conversas para reforçar as acusações de que Moro agiu com parcialidade e encarou o ex-presidente como “inimigo” ao condená-lo a nove anos e meio de prisão no caso do tríplex do Guarujá. Na outra ponta, o ex-juiz e os procuradores insistem que o material não foi periciado oficialmente e que a prova não tem validade jurídica por ter sido “obtida por via criminosa”.
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Com informações do Estadão Conteúdo