A desembargadora eleitoral Claudia Cristina Cristofani, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), pediu vista e suspendeu o julgamento desta quarta-feira, 3, sobre a possível cassação do mandato do senador Sergio Moro (União Brasil-PR).
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O relator do caso, Luciano Carrasco Falavinha Souza, votou contra a cassação, enquanto o desembargador eleitoral José Rodrigo Sade abriu divergência. Este último defendeu a perda do mandato de Moro. O julgamento será retomado na próxima segunda-feira, 8, conforme a decisão da magistrada.
Decisão sobre Moro é adiada para a próxima semana
Além da desembargadora Cristofani e do presidente do TRE-PR, Sigurd Roberto Bengtsson, ainda devem votar os juízes Anderson Fogaça, Guilherme Denz e Julio Jacob Junior.
Depois da decisão do TRE-PR, o caso de Moro seguirá para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Enquanto aguarda a decisão final, o senador permanece em seu cargo, mesmo que haja uma cassação no âmbito regional. Caso a cassação seja confirmada, uma eleição suplementar será convocada no Paraná.
Justiça Eleitoral “não tem razão para cassar o mandato de Moro”, avaliam Estadão e O Globo
Em editoriais publicados na terça-feira 2 e nesta quarta-feira, 3, os jornais O Globo e O Estado de S. Paulo expressaram desaprovação ao processo de cassação de Moro.
Para O Globo, as alegações contra o senador “desafiam a lógica e a realidade”, logo, não há motivos para que a Justiça Eleitoral decida pela cassação. A publicação ressalta a turbulência na pré-campanha de Moro à Presidência em 2022, que é o pilar das acusações de gastos excessivos, caixa dois e uso indevido dos meios de comunicação feitas pelos partidos PT e PL.
O Estadão elogiou o posicionamento do desembargador Carrasco em seu voto no processo de cassação. “No limite, a ação movida contra Moro pode levar à cassação de seu mandato e torná-lo inelegível por oito anos”, disse. “Entretanto, caso a busca por justiça prevaleça sobre o desejo de vingança, o resultado almejado pelos autores dessas ações não deve ser alcançado. E o consistente voto do relator [Carrasco] foi claríssimo nesse sentido.”
Para o Estadão, o principal acerto do desembargador foi ter demonstrado que perante a Corte Eleitoral paranaense não estavam nem o “todo-poderoso juiz da Lava Jato nem o ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro”.
Estamos vivendo o surreal desde a corrida eleitoral de 22. É muita podridão escondida nas entranhas brasileiras. Querem a qualquer custo apagar a história. Reescrever o errado sobre o certo.