O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, deve assumir o comando da Polícia Federal (PF). Ninguém ainda crava um nome e garante que o martelo está batido. Após as declarações de Sergio Moro, agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, todos os movimentos estão sendo muito calculados.
Muita coisa está sobre a mesa. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é aconselhado pelos ministros palacianos a escolher um nome não apenas de sua confiança, mas que tenha respaldo e respeitabilidade dentro da corporação. A definição de um nome escolhido por ele em decisão puramente pessoal pode provocar rejeição na PF e entre os apoiadores.
A favor de Ramagem, pesa o fato de ele ser alguém que atua sob o guarda-chuva do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno. ele é alguém que consegue transitar bem entre os militares e os apoiadores do presidente. Ou seja, a proximidade com o governo joga favoravelmente ao diretor da Abin.
Liderança
Contudo, pesa contra Ramagem o fato de ser um delegado sem amplo respaldo da PF. Os 15 anos como delegado na corporação minam o poder de liderança aos próprios pares. Ou seja, qualquer nome que não tenha apoio entre policiais federais será minuciosamente estudado.
O presidente da República e Ramagem se conheceram na campanha eleitoral. O diretor da Abin chefiou a segurança pessoal de Bolsonaro após o atentado sofrido em Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro de 2018.