O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ex-presidente nacional da sigla, admitiu, nesta quinta-feira, 30, que o partido deve encolher o número de prefeitos nas eleições municipais de 2024. No último pleito municipal, a sigla elegeu 531 prefeitos, dos quais restaram apenas 345, após a desfiliação de 186 prefeitos.
“É natural que o PSDB não venha eleger, na próxima eleição, o mesmo número de prefeitos que elegeu em 2020”, disse Leite a jornalistas durante a 16° convenção do partido. “É natural que o PSDB tenha uma diminuição, afinal, não ter o governo do Estado de São Paulo, que possui 600 prefeituras, acaba fazendo com que os prefeitos acabem eventualmente migrando para partidos que estão na composição do governo lá em SP, para dar um exemplo.”
Em 2022, o PSDB perdeu a disputa pelo governo de SP, pela primeira vez, em décadas. O candidato da sigla era Rodrigo Garcia, que assumiu o Palácio dos Bandeirantes após a saída do então governador João Doria, em 2022.
Com a ajuda do ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) se elegeu para comandar o Estado. Tarcísio escolheu o presidente do PSD, Gilberto Kassab, para compor o primeiro escalão do governo de SP.
Neste ano, o PSD se tornou a sigla que comanda o maior número de prefeituras brasileiras. Ao todo, são 968 prefeitos filiados à legenda. Desde 2020, houve um crescimento de 308 políticos eleitos para o cargo.
Em São Paulo, a sigla conta com 329 prefeitos filiados. Depois do PSD, o partido que detém o comando de mais municípios é o MDB, com 838 prefeituras. O MDB é a sigla do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.
Apesar de reconhecer a diminuição do partido, Leite destacou que a sigla vai ter “capacidade de posicionar prefeituras relevantes”.
“Vamos eleger um número expressivo [de prefeituras] que mantenha uma posição relevante do PSDB no cenário nacional e que principalmente tenha prefeituras também importantes, de municípios populosos, polos regionais, capitais”, continuou. “Vamos focalizar nisso para poder manter em evidência uma forma do PSDB de governar, de fazer gestão.”
Após deixar comando do PSDB, Eduardo Leite quer concorrer à Presidência da República
Leite optou por não continuar na presidência do PSDB, que elegeu o ex-governador Marconi Perillo para o posto mais cedo. O governador do RS mira a Presidência da República em 2026. Durante a convenção, Leite foi tratado como “futuro presidente” pelos membros do partido e fez um discurso em tom eleitoral.
Conforme Leite, vários partidos mais ao centro podem participar da construção da chapa para a próxima eleição majoritária. Contudo, não quis mencionar nominalmente quais partidos seriam esses.
“Se somos capazes de mostrar uma alternativa viável, que seja capaz de traduzir os sentimentos de uma parte expressiva da população, a gente pode construir alianças com partidos que estão hoje mais ao centro”, declarou.