Congressistas não querem discutir imposto nos moldes da CPMF antes das eleições municipais deste ano
O governo não conseguiu avançar um acordo para que a segunda fase da reforma tributária fosse apresentada ao Congresso ainda neste mês. De acordo com líderes ouvidos por Oeste, a possibilidade de criação de um imposto sobre transações financeiras travou a discussão.
Em reunião realizada ontem, segunda-feira 28, os líderes do Congresso sinalizaram ao Palácio do Planalto que seria inviável discutir a criação de um tributo em ano eleitoral. Além disso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estaria muito resistente à proposta.
“O debate neste ano fica impossibilitado por causa das eleições. Mesmo não tendo aumento da carga tributária, a discussão de um imposto iria travar toda a reforma dentro do Parlamento”, afirmou um líder que participou do encontro.
O imposto, nos moldes da antiga CPMF, é defendido pela equipe do ministro Paulo Guedes como fonte de recursos para fazer uma desoneração ampla na folha de pagamento. “Diante do impasse com os congressistas, o próprio presidente Jair Bolsonaro sinalizou que não seria o momento para discutir o projeto”, disse outro parlamentar.
Contudo, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que seguirá buscando um entendimento para que a segunda parte da reforma tributária avance. “Seguimos construindo base de apoio”, disse.
Esses congressistas não trabalham pelo Brasil, trabalham para eles.