‘Elevado grau de periculosidade’, alegou Moraes, sobre empresários

Ministro derrubou nesta segunda-feira, 29, o sigilo ao inquérito que investiga um grupo de empresários; veja trechos da decisão

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Alexandre de Moraes é ministro do Supremo Tribunal Federal | Foto: Nelson Jr./SCO/STF
Alexandre de Moraes é ministro do Supremo Tribunal Federal | Foto: Nelson Jr./SCO/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes derrubou nesta segunda-feira,29, o sigilo ao inquérito que investiga um grupo de empresários. Na decisão tornada pública, Moraes alega que as ações dos empresários representavam “elevado grau de periculosidade” para a sociedade, o que justificou, na decisão do ministro, a determinação para que a Polícia Federal cumprisse mandados de busca e apreensão.

Ao todo, endereços de oito empresários integrantes de um grupo de rede social de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) foram alvo da ação, realizada no dia 23. A alegação de Alexandre de Moraes é que o grupo de empresários compartilhou supostos comentários de teor golpista, em conteúdo exposto pelo portal de notícias Metrópoles na última semana, falando em algum tipo de ação caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições presidenciais deste ano. A conversa aconteceu em um aplicativo de mensagens.

“Essas condutas, de elevado grau de periculosidade, se revelam não apenas como meros “crimes de opinião”, eis que os investigados, no contexto da organização criminosa sob análise, funcionam como líderes, incitando a prática de diversos crimes e influenciando diversas outras pessoas, ainda que não integrantes da organização, a praticarem delitos”, escreveu o ministro.

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A decisão de Moraes tem ao todo 32 páginas e usou como base as reportagens veiculadas pelo portal de notícias. Entre os alvos da operação estão Luciano Hang (lojas Havan), José Isaac Peres (rede de shopping Multiplan), Ivan Wrobel (Construtora W3), José Koury (Barra World Shopping), Luiz André Tissot (Grupo Serra), Meyer Joseph Nigri (Tecnisa), Marco Aurélio Raymundo (Mormaii) e Afrânio Barreira Filho (Grupo Coco Bambu).

 

Polícia Federal alegou periculosidade

Segundo informações da PF, 35 oficiais participaram da ação, que ocorreu no âmbito de inquérito em tramitação no Supremo. O pedido para que a ação fosse realizada foi feito pelo delegado da Polícia Federal Fábio Alvarez Shor. Foi a Polícia Federal quem forneceu as reproduções das conversas dos empresários a Moraes, como consta na petição, que também teve o sigilo derrubado nesta segunda-feira. A petição foi protocolada pela Polícia Federal no STF no dia 19 de agosto, quatro dias antes da operação.

Na petição, a Polícia Federal faz relação da atuação dos empresários com os fatos em apuração pelo STF no inquérito das fake news.

“Conforme fatos noticiados na Petição 10.543/DF, um grupo de empresários, a pretexto de apoiar a reeleição para Presidente de Jair Messias Bolsonaro, demonstra aderência voluntária ao mesmo modo de agir da associação especializada ora investigada no bojo do INQ 4874, focada nos mesmos objetivos: atacar integrantes de instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral brasileiro, reforçar o discurso de polarização; gerar animosidade dentro da própria sociedade brasileira, promovendo o descrédito dos Poderes da República, além de outros crimes”, afirmou o delegado na petição.

Além das buscas nos endereços ligados aos empresários, o ministro Alexandre de Moraes autorizou a Polícia Federal a ouvir os investigados. O ministro do STF também determinou bloqueio das contas bancárias dos envolvidos, bloqueio de contas nas redes sociais e quebra de sigilo bancário.

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27 comentários Ver comentários

  1. Para quem quiser se aprofundar no assunto e tirar as próprias conclusões:

    Decisão:
    https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/Decisa771oPET10543.pdf

    Representação da PF:
    https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/RepresentaesPFpet10543.pdf

    Manifestação do magistrado instrutor:
    https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/Manifestac807a771oPET10543.pdf

  2. Esse Cabeça de Ovo deveria estar num hospício vestido com uma camisa de força. Quanto a pf, minúsculo mesmo, está uma vergonha. Parecendo um bando de sabujos, bajulando o dono. O problema do guarda da esquina.

  3. O maior perigo desses empresários é o de gerar empregos para milhares de brasileiros, que uma vez empregados deixam de viver de esmola estatal e passam a integrar a classe média, descobrindo o valor do trabalho honesto e da prosperidade, passando então a votar no Bolsonaro.

  4. Este sujeito é um completo idiota, em conluio com um jornal eles bolaram uma matéria onde supostamente empresários estariam tramando um golpe para derrubar uma possível vitória do molusco, conseguem entender o quão infantil e precário é isto? E o pior, se um ministro da mais alta cúpula deste país está se prestando a este papel, o buraco q a esquerda está metida é muuuuito maior e profundo do que imaginamos. É uma vergonha que um servidor público, sem um voto sequer, consiga sujar tantas instituições respeitadas no passado como a PF por exemplo, uma vergonha isto!

  5. Cuidado com o que escrevem por aqui. Alguém pode ser preso. E mais, bandeirinhas do Brasil são a prova de materialidade da tentativa de golpe. Esse é o Brasil do Imperador.

  6. O que vemos nessa matéria é tão somente arbitrariedades por parte de bacharéis em Direito cujo tamanho de poder jamais poderia estar em suas mãos.
    Sob qualquer pretexto que interesse às suas mentes limitadas e doentias criam ilações, hipóteses e suposições sobre cidadãos até então sem qualquer mácula, reforçando inclusive o imaginário grau de periculosidade, ao considerarem ricos e potenciais influenciadores e financiadores do que desejarem.
    Os limitados bacharéis de Direito não possuem DIRETO para, com julgo em seus complexos, devaneios e necessidade de mostrar poder, tumultuar a vida de quem quer que seja sem provas robustas.
    Até quando vamos permitir esse atropelo em nossa sociedade por péssimos e perigosos profissionais do Direito?

  7. Meu Deus do céu, esse moço, Alexandre, está se enterrando; esta entrando para a história do Brasil como um tirano insano. A justiça sempre chega para todos e certamente também chegará para ele.

  8. Não, é autoritarismo mesmo! É descumprimento de lei, é crime de abuso de autoridade! Moraes precisa ser contido urgente! Merece perder o cargo e ser processado!

  9. Vai lendo aí em cima queridos compatriotas Mineiros.
    Não devemos votar em senadores e qualquer político do PSD, como o Alexandre Silveira.
    Zema aquí em MG já está reeleito, só precisa sair de cima do muro e dar apoio explícito ao Capitão em sua reeleição.
    ESSA GANG NÃO TEM PROJETO ALGUM PARA MINAS GERAIS, APENAS CONTINUAR SAQUEANDO OS COFRES PÚBLICOS COMO FEZ PIMENTEL E AÉCIO NEVES, DURANTE A SUCURSAL DO TEATRO DAS TESOURAS.

  10. Enquanto isso os 4 estrelas sentados em berço esplêndido vendo a banda passar e o stf abusar, não adianta o povo vibrar se nem na época de maior corrupção deste país os verde oliva botaram pra quebrar, única saída é reeleger o capitão que irá indicar mais 2 ministros do stf para talvez a coisa mudar!

  11. Elevado grau de periculosidade é o que tem esse STF nomeado por corruptos e a serviço desses, que desrespeitam a constituição em demonstrações baratas de exibicionismo de poder e blindagem da bandidagem. Perderam o respeito e a moral.

  12. Consta no documento:
    “Essas condutas, de elevado grau de periculosidade, se revelam não apenas como meros “crimes de opinião”

    Sinceramente, eu não sabia que havia tipificação penal para crime de opinião, ao menos, não na legislação brasileira.

    Que o Ministro Alexandre de Morais já passou dos limites, todos sabem, mas criar tipos penais para perseguir opositores políticos do ex-presidiário, é demais!

    Sei que não adianta mostrar isso para o Presidente do Senado, pois ele também é seletivo no que se refere a aplicação da lei, ainda mais porque possui INTERE$$E$ no STF.

    Resta ao povo brasileiro eleger ao menos 20 senadores decentes nesta eleição e reeleger o Presidente Bolsonaro, aí sim, teremos condições de moralizar o STF com o processo de impeachment daqueles militantes que usam o STF para fazer política.

    1. Pergunta: reeleger o PR e renovar o Congresso Nacional com essas urnas? Só se as Forças Armadas tiverem mais do que competência técnica e vontade. Tem instrumentação tecnológica e tempo hábil para impedir a fraude em urnas não auditáveis? Os conspiradores do TSE, às claras, estão dando olé no Ministério da Defesa há meses.

      1. Torço para que as Forças Armadas estejam com plano pronto para agir, cumprirem com seu DEVER, e defenderem o direito constitucional à PUBLICIDADE no processo eleitoral. A cada dia que passa, vejo uma Missão Dada, tornar-se em “Missão Impossível”. Só chamando o Tom Cruise.

  13. Se era grupo fechado, como disseminar a idéia de golpe? Eu não sabia. Em segundo lugar, o véio da Havam é de alto grau de periculosidade? O Moraes é psicopata.

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