A organização Civilization Works, dos mesmos autores da série de reportagens Twitter Files Brasil, publicou um relatório que revela doações do governo dos Estados Unidos a projetos sobre combate à “desinformação” e ao “discurso de ódio” no Brasil. O documento, divulgado em 1º de outubro, mostra que o Instituto Vero, do influenciador Felipe Neto, foi uma das instituições que receberam recursos dos norte-americanos.
Instituto Vero recebeu R$ 170 mil da Embaixada dos EUA
O instituto de Felipe Neto, que faz parte de iniciativas contra a “desinformação” do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), recebeu R$ 170 mil da Embaixada dos EUA no Brasil desde o ano passado.
Leia o relatório na íntegra:
Documento Civilization Works by uiliam
O influenciador fez campanha para o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. No ano seguinte, o petista indicou Felipe Neto para um grupo de combate ao “discurso de ódio” do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. À época, a pasta era chefiada por Silvio Almeida, demitido do governo depois de acusações de assédio sexual.
Parcerias de Felipe Neto
Em 26 de abril de 2024, Felipe Neto anunciou uma parceria com a Embaixada dos EUA. O objetivo era realizar palestras na Amazônia com foco na “educação”. Além disso, o instituto de Felipe Neto patrocinou um treinamento aos servidores do TSE, cujo tema era “identificação e combate à desinformação”.
Outra instituição beneficiada com o dinheiro dos EUA foi a ONG Redes Cordiais — organização que também se diz combater a “desinformação”. A embaixada norte-americana doou ao instituto R$ 437,3 mil de 2023 a 2024.
Em 22 de agosto de 2024, o Supremo Tribunal Federal (STF) realizou um encontro com a Redes Cordiais e o Instituto Vero. O objetivo da reunião era encontrar um caminho para “aproximar a Justiça da sociedade”.
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Outro projeto pago pelo governo norte-americano é uma iniciativa da organização identitária de jornalismo Alma Preta, em parceria com o Sleeping Giants Brasil — grupo dedicado à censura de pessoas e órgãos de imprensa não alinhados com o pensamento “progressista”.
Em seu site, a Alma Preta diz que “não acredita na existência de um jornalismo neutro ou imparcial”. A instituição fez uma cobertura jornalística favorável ao PL da Censura.