(J. R. Guzzo, publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 16 de novembro de 2024)
Há uma porção de fatos objetivos quando se olha de forma racional para o que aconteceu nas explosões ocorridas na Praça dos Três Poderes dias atrás. Que tal, então, começar por eles? Um chaveiro do interior de Santa Catarina foi a Brasília com a intenção de detonar um ou mais artefatos explosivos dentro do STF. Foi barrado na portaria e aí voltou para a praça, onde se suicidou explodindo em cima de si mesmo as bombas que levava amarradas no corpo.
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Mensagens deixadas por Francisco Luiz comprovam que estava com problemas mentais. Ao levantar cada passo dos seus últimos movimentos em Brasília, a polícia verificou que ele não teve contato com ninguém em posição de autoridade, ou ligado à militância política, ou com qualquer grau de influência. Estava hospedado numa pensão de Ceilândia, usou o próprio carro para se deslocar em Brasília e não tinha treinamento em explosivos — ou se tinha não aprendeu nada, tanto que só conseguiu matar a si próprio.
Não se conhece casos de terroristas que tenham tentado matar ministros pedindo um crachá de entrada na portaria do edifício onde eles dão expediente. Em nenhum momento, nas ações finais de Luiz, alguém esteve concretamente sob o risco de ser morto pelos seus explosivos — a não ser ele mesmo. Não tinha nenhuma importância como militante político. O máximo a que chegou foi uma candidatura para vereador numa cidade do interior de Santa Catarina, pelo PL, na eleição de 2020. Teve 98 votos.
“O STF, por sua vez, já decidiu que o chaveiro-bomba é ‘um prosseguimento dos atos golpistas de 8 de janeiro'”
O exame desses fatos, porém, foi o que menos interessou à Polícia Federal, ao STF e ao restante da máquina estatal de investigações criminais até agora. Em vez de serem a base da apuração a ser feita, foram expostos nos primeiros momentos e imediatamente substituídos por teorias, suposições e conclusões definitivas por parte das autoridades do governo. Ou seja: o que interessa não é saber o que aconteceu, mas sim chegar à conclusão que querem. Trabalham com “todos os cenários”, como dizem, menos um — o de que Luiz tenha sido apenas o Luiz de carne e osso descrito acima.
Todo o interesse das autoridades, desde o primeiro minuto, foi dizer que o terrorista-suicida não agiu sozinho, e que não ocorreu um “ato isolado”. Com quem ele agiu, então? Se fez parte de uma conspiração, como diz o governo, é impossível que não tenha aparecido nenhum nome, nenhuma ligação e nenhuma pista. O STF, por sua vez, já decidiu que o chaveiro-bomba é “um prosseguimento dos atos golpistas de 8 de janeiro”; colocou o seu caso no mesmo inquérito, que lida com fatos ocorridos dois anos atrás. Mais que tudo, por causa de Luiz, a anistia foi declarada “impossível”. Fica tudo resolvido, então. Só que nada se resolveu.
Leia também: “Suicidio em Brasília”, reportagem de Cristyan Costa publicada na Edição 243 da Revista Oeste
Era o mote que estavam esperando!
Novo oito de janeiro!
O que os palhaços do governo falam do adelio?
Golpe é o que foi dado por esse governo kkk
Estão procurando pelo em ovo, querem inventar alguma coisa …..uns babacas
Golpe dos batons e pau. Atentado com fogos de artifício por um fanático, doente, loco sei lá. Ah se todos golpes no mundo fossem assim.
Aliás o maior golpe que o país teve é um condenado em 4 instâncias assumir a presidência e sua quadrilha voltando ao poder
O laudo do IML será importante. Será que ele não levou um tiro antes de estribbuchar. Atirar rojões feitos pelas torcidas organizadas contra uma estátua é de quem quer protestar e depredar e não matar.
“Atentado à bomba”? O que é isto, Revista Oeste? Até a senhora vá se f.ood..er já admitiu, de forma desumana de desrespeitosa, que o homem estava desequilibrado.