Subordinados à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) serão chamados para prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito das ONGs, na próxima semana. A audiência está prevista para terça-feira 31. É o que disse o presidente da CPI, Plínio Valério (PSDB-AM), a Oeste.
A decisão se deu depois de diligência da CPI na Reserva Chico Mendes, no Acre. No local, membros da comissão testemunharam pobreza e miséria. O relator da CPI, Marcio Bittar (União Brasil-AC), disse que a população local vive em uma situação “análoga à da escravidão”.
De acordo com Bittar, os moradores da reserva vivem com as mãos amarradas, em virtude das ONGs que atuam na região e atrapalham o desenvolvimento local. Conforme Bittar, precisa-se pedir permissão para tudo, até mesmo cortar uma árvore ou ter acesso à luz elétrica, ao ICMBio.
“As pessoas se sentem enganadas, perseguidas, escravas, tuteladas e sem esperança”, afirmou Bittar, ao mencionar que Valentim chorou ao ouvir depoimentos de nativos. “O que encontramos lá foi pobreza e miséria. Precisam do Estado para tudo.”
CPI das ONGs denuncia expulsão de produtores por instituto subordinado a Marina Silva
Ainda segundo Bittar, há alguns anos, quando o país decidiu criar unidades de conservação gigantescas, nem todas as pessoas onde essas demarcações ocorreriam estavam cientes das mudanças. Dessa forma, produtores que viviam há 50 anos em um território se tornaram invasores do dia para a noite. “Essas famílias entraram para a ilegalidade”, constatou o parlamentar. “Mas nunca foram intrusos.”
Leia também: “Condenados à morte”, reportagem publicada na Edição 181 da Revista Oeste