Segundo ele, houve a intenção de utilizar capital privado para finalização de obras de unidades de saúde
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira, 29, que a privatização do SUS jamais esteve sob análise da equipe econômica.
A declaração foi dada durante audiência virtual da Comissão Mista do Congresso que acompanha a execução orçamentária das medidas relacionadas à pandemia.
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Segundo ele, o que houve foi a intenção da área de parcerias público-privadas em utilizar capital privado para finalização de obras de unidades de saúde. Em contrapartida, o governo ofereceria aos usuários um voucher para atendimento médico na rede privada, para suplementar o setor de saúde pública.
“Até eu tomei um susto. Garanto que jamais esteve sob análise privatizar o SUS. Seria uma insanidade falar nisso”, disse o ministro.
Para Guedes, durante essa crise, o SUS mostrou “a decisiva importância de termos um sistema descentralizado de acesso universal à saúde” e que seria um contrassenso a privatização.
O ministro explicou que atualmente há mais de 4 mil UBS e 168 unidades de Pronto Atendimento (UPAs) inacabadas em todo o país, por falta de recursos, justificando a intenção do decreto da equipe do PPI.
Decreto
Na terça-feira, 27, por meio de decreto, o governo incluiu a política de fomento ao setor de atenção primária à saúde no seu programa de concessões e privatizações.
A medida previa a realização de estudos e a avaliação de parcerias com a iniciativa privada para a construção, a modernização e a operação de Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
Diante das repercussões negativas, nesta quarta-feira, 28, a medida foi revogada pelo presidente Jair Bolsonaro.