* Por Andre Marsiglia
É comum pessoas, juízes e governantes dizerem que é muito simples exercer sem risco a liberdade de expressão no país, sob a ponderação de que, para isso, basta ter responsabilidade. Muito bonito na teoria, mas e na prática?
Vamos aos fatos: o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) está sendo processado, no Supremo Tribunal Federal (STF), em caso sob os cuidados do ministro Luiz Fux, por chamar, durante discurso realizado na Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Lula de “ladrão”.
Já a deputada federal Júlia Zanatta (PL) processou um comunicador que se referiu a ela como praticante de xenofobia, e o Judiciário, no último dia 5, entendeu que se tratava apenas de uma opinião, não de imputação de um crime. Ué, mas pode imputar crime à deputada e, ao presidente, não pode? A opinião de um vale mais que a do outro?
Não sei o leitor, mas estou confuso. Como explicar que um deputado pode usufruir menos que os outros da liberdade de expressão, mesmo com a imunidade parlamentar disposta no artigo 53 da Constituição considerando as palavras dos políticos “invioláveis”?
Entendo que opiniões devem ser compreendidas de forma elástica e recepcionadas sempre pela liberdade de expressão, mas, acima de tudo, entendo que o Judiciário precisa mostrar coerência.
E, antes que alguém zombe de minha inteligência, afirmando que a referência à Lula merece maior punição por se tratar da honra de um presidente da República, de um chefe de Estado, lembro que, em 2022, a Justiça Eleitoral decidiu que chamar o então presidente Bolsonaro de “genocida” seria conduta coberta pela liberdade de expressão.
“Se a honra de um presidente é intocável, a de todos deve ser”
Se Lula não pode ser chamado de ladrão, Bolsonaro não poderia ter sido chamado de genocida. Se parte da opinião pública dedicou a Bolsonaro, à época, este adjetivo, a Lula o mesmo também ocorreu. Se a honra de um presidente é intocável, a de todos deve ser.
Uma provável explicação para tudo isso é que o pensamento de direita vem sendo visto como nocivo e extremista pela imprensa tradicional e por formadores de opinião, no Brasil. Fica na cabeça das pessoas, e dos magistrados, que aqueles que se alinham a tal ideologia devem ter menos direito à expressão que os demais.
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Isso não quer dizer necessariamente que nosso Judiciário todo seja ideológico, mas que se normalizou na cultura nacional, introjetada em todos, que o pensamento de direita é criminoso. Se for isso, é péssimo, pois o próprio debate público se inviabiliza e a voz da esquerda fica sendo a única. Nada mais tirânico.
Se não for, pior ainda. Significa que não há critério algum. A coerência é não ter coerência. E as decisões sobre liberdade de expressão acabam se tornando pura subjetividade, uma biruta de aeroporto, gerando medo de se expressar e autocensura em todo mundo.
Andre Marsiglia é advogado constitucionalista especialista em liberdade de expressão. Professor de Direito Constitucional e doutorando pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Especialista do Instituto Millenium
Tente ir debater dentro de uma universidade com o pensamento de direita e veja o que acontece.
Boa tarde, Reportagem está perfeita, Eu tenho em minha família pessoas que voltaram em Lula e Bolsonaro, mas eu não acredito mais na Suprema Corte, eles aproveitam dos que tem menos acesso a informação para impor o que eles querem, sem credibilidade nenhuma.
A esquerda chorou e esperneou na ditadura militar e na primeira oportunidade age pior que seus algozes.
Lula foi imoralmente “descondenado” por “erro de foro” algo que qualquer juiz em primeira providência faz é analisar para poder receber um processo … o ditador triúnviro do executivo assim não foi absolvido dos muitos crimes que foram sobejamente comprovados e motivaram sua prisão transformada em motel, inclusive por depoimento de ministro e seu operador de caixa, o que fazem a Nikolas é terrorismo puro.
A liberdade de expressão é para um lado, o outro é massacrado, preso, redes sociais canceladas, passaporte suspenso , judiciário imoral, atuando politicamente.
uma situação difícil, pelo texto, o judiciário já extrapolou aquilo que deveria defender, alguns cumplices e muitos vagabundos beneficiados pela situação se calam acobertados pela falsa sensação de segurança que o regime lhes proporciona (ou talvez por ouro sendo jogado em suas algibeiras). o pensamento que ainda conforta é a certeza de que os apaniguados hoje chorarão amanhã e tentarão ser recebidos por aqueles que hoje são pisados. o mundo não gira, capota, e por mais tempo que leve, o mercado se ajusta.
Se o judiciário não é majoritariamente ideológico, o que se vê na prática é uma patrulha ideológica inibindo manifestações de direita, o que produz um resultado tendencioso. Liberdade de expressão de fato é só para um lado.