A produção de veículos em maio foi de 192,8 mil unidades, apenas 1% superior à de abril, de acordo com o último levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Na contramão, o licenciamento de 188,7 mil unidades em maio representou alta de 7,7% sobre o mês anterior, com destaque para os 11,5 mil caminhões, o melhor resultado do segmento desde dezembro de 2014.
Desde janeiro, o nível de produção oscila entre 190 mil e 200 mil, o que, segundo a entidade, revela uma espécie de “teto técnico” provocado não pela falta de demanda, mas pela crise global de fornecimento de semicondutores.
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“Esse problema, que deve se alongar até os primeiros meses de 2022, é o responsável pelas paralisações temporárias de parte de nossas fábricas, algumas por períodos curtos, outras mais longos”, explica o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, ressaltando que essa questão atinge vários setores industriais, mas o automotivo em especial.
Exportações
As exportações de veículos também são positivas: 37 mil veículos foram embarcados, 9,1% a mais que em abril. No acumulado dos cinco primeiros meses, os licenciamentos de veículos chegaram a 891,7 mil, e as exportações, a 166,6 mil.
Semicondutores
Em nota, o presidente da Anfavea opina que a crise dos semicondutores, com a produção quase toda concentrada na Ásia, é reveladora de um desafio que precisa ser enfrentado pelo Brasil como nação com visão de futuro.
“Estados Unidos e países da Europa captaram o sinal de alerta e já estão desenvolvendo políticas industriais no sentido de produzir localmente esses componentes eletrônicos, que são a base de toda a revolução tecnológica do 5G, internet das coisas, automação e outras já em curso”, afirma Luiz Carlos Moraes.
A Toyota montou um estoque de seis meses de semicondutores, se antecipando à crise e contrariando o just-in-time. Não sei se um fábrica de semicondutores no Brasil teria possibilidades. Investimento enorme, alto tempo para implantação, requer escala grande.