O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi ao Rio de Janeiro, nesta quinta-feira, 6, para a reinauguração da emergência do Hospital Federal de Bonsucesso, na zona norte da capital fluminense. Ao fim da fala de sete minutos, o petista criticou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que não foi ao evento.
“O governador foi convidado e não veio”, disse Lula. “Poderia ter vindo aqui fazer um discurso para dizer como o governo vai cuidar da saúde.”
O presidente da República aproveitou o palanque para mandar recados a outro governador, Romeu Zema (Novo) de Minas Gerais. O mineiro recentemente acusou o governo de “agiotagem” com o Estado por causa da dívida bilionária de Minas Gerais com a União.
“Convido todos os governadores para atos oficiais do governo”, afirmou Lula. “Até aqueles que, de forma irresponsável, de vez em quando fazem críticas ao meu governo.”
Lula fez acenos à ministra da Saúde
Em outro momento de seu discurso, o presidente fez um aceno à ministra da Saúde, Nísia Trindade, ao comentar o plano de reestruturação dos hospitais federais proposto pelo seu ministério. “A única razão que me faz estar aqui é porque ninguém é dono de hospital”, disse. “Médico não é dono, enfermeiro não é dono, sindicalista não é dono de hospital. Hospital é para servir a população, tratá-la com decência.”
O plano de reestruturação dos hospitais federais, que inclui as seis unidades do tipo no Rio de Janeiro, modifica o modelo de gestão e discute a municipalização de alguns hospitais. A estratégia faz parte da tentativa de reduzir a dinâmica de ingerência de políticos locais na governança dessa parte do sistema de saúde. “Isso aqui não é comitê eleitoral de ninguém”, disse Lula. “Aqui as pessoas vêm para serem atendidas com respeito.”
Denúncias feitas à imprensa nos últimos anos mostram que o Hospital Federal de Bonsucesso foi utilizado como parte de uma estratégia política para angariar votos a candidatos ligados a parlamentares do Estado. Mortes ocorreram por falhas em equipamentos e houve sucateamento da estrutura e desabastecimento de insumos.
Além de Nísia, Lula esteva acompanhado dos ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Gestão e Inovação, Esther Dweck, além do prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes.