Antes de completar dois anos no comando do governo da França, a primeira-ministra Élisabeth Borne renunciou ao cargo, na segunda-feira, 8. Menos de 24 horas depois, o presidente Emmanuel Macron nomeou o atual ministro da Educação, Gabriel Attal, como sucessor de Borne. Com 34 anos, Attal entra para a história como o premiê mais jovem do país.
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Borne, de 62 anos, foi a segunda mulher a assumir o posto de primeira-ministra da França. Ela passou a exercer o cargo em maio de 2022, depois da reeleição de Macron para o seu segundo mandato.
O presidente usou o seu perfil no Twitter/X para publicar uma mensagem de agradecimento pela atuação da primeira-ministra.
“Seu trabalho ao serviço da nossa nação tem sido exemplar todos os dias”, elogiou. “Você implementou nosso projeto com a coragem, o comprometimento e a determinação das mulheres dos Estados. De todo o coração, obrigado”.
Desafios do primeiro-ministro
Gabriel Attal vai enfrentar um período de desgaste do governo, devido às repercussões da reforma na previdência e à recente aprovação, pelo Parlamento, de uma legislação para lidar com a crise imigratória.
Entre as novas regras, os estrangeiros só poderão levar familiares de até 21 anos de idade para morar com eles – e a solicitação só é válida se já residirem na França há pelo menos dois anos.
Os imigrantes também só terão acesso a benefícios sociais depois de cinco anos em território francês. Políticas de cotas de migração poderão ser adotadas.
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A revolta popular em torno da medida levou o ministro da Saúde, Aurelien Rousseau, a pedir demissão do cargo, na última semana de dezembro. “Eu o respeito”, declarou o presidente francês, que é acusado por partidos de esquerda de ajudar a “direita radical”.
Em ano de Jogos Olímpicos em Paris e de eleições europeias, Macron busca mudanças para ganhar popularidade. As pesquisas de opinião mostram que o chefe do Executivo está até 10 pontos percentuais atrás da líder do partido de direita, Marine Le Pen.