A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, vai prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, às 11 horas, nesta segunda-feira, 27, depois de ser convocada pela CPI, por desmarcar uma oitiva com o colegiado, em cima da hora, na semana passada.
Entre os assuntos do dia, a ministra terá de esclarecer denúncias colhidas pela CPI, ao longo de cinco meses de investigação.
Instituto subordinado a Marina Silva é acusado pela CPI das ONGs de praticar abusos
Em 31 de outubro, senadores da CPI enviaram à Procuradoria-Geral da República uma denúncia contra o Instituto Chico Mendes (ICMBio), subordinado ao ministério de Marina.
Após uma diligência em Epitaciolância (AC), a cúpula da CPI ouviu de moradores da reserva acusações contra membros do ICMBio, como maus-tratos em animais, agressões a pequenos produtores rurais e ameaças a gente simples. Populares se queixaram ainda da pobreza na qual vivem, que seria consequência dos atos do ICMBio.
A Oeste, o relator da CPI, senador Marcio Bittar (União Brasil-AC), classificou o dia a dia dos nativos como “análogo ao da escravidão”.
ONG que embargou obra no Acre recebe doação milionária
No início deste mês, acompanhada da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, Marina anunciou a liberação de R$ 35 milhões do Fundo Amazônia para uma ONG que conseguiu embargar na Justiça o andamento de uma obra importante para a melhoria da infraestrutura do AC. Marina é integrante do comitê orientador do Fundo, responsável por escolher quais ONGs vão receber o dinheiro.
Relação com ONG que supostamente fez uso irregular de dinheiro do Fundo Amazônia
Marina também terá de explicar as relações que tem com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). O diretor-executivo do Ipam, André Guimarães, admitiu que Marina é conselheira honorária da ONG que recebeu, em 2022, R$ 35 milhões do Fundo, dos quais 80% foram para custeio de folha de pagamento, viagens e consultorias.
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