Depoimento do ex-diretor da Polícia Federal durou 6 horas

O ex-diretor da Polícia Federal (PF) Maurício Valeixo afirmou ontem que o presidente Jair Bolsonaro não solicitou a ele informações acerca de inquéritos sigilosos, como a morte do miliciano Adriano Nóbrega ou o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ).
“O depoente registra que o presidente nunca tratou diretamente com ele sobre a troca de superintendentes. Nem nunca lhe pediu relatórios de inteligência ou informações sobre investigações ou inquéritos policiais”, informa o depoimento de Valeixo.
Ademais, o ex-chefe da PF comenta que, desde agosto de 2019, passou a acompanhar o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, em audiências semanais com o presidente da República. Porém, os assuntos eram referentes ao ministério.
Em síntese, nesses encontros os temas tratavam de ameaças que o presidente recebia pelas redes sociais.
Valeixo garante, além disso, que concordou com a demissão “a pedido” registrada no Diário Oficial da União, conforme registra este trecho do depoimento:
“O presidente comunicou ao depoente que sua exoneração do cargo de diretor geral ocorreria no dia seguinte, bem como indagou ao depoente se ele considerava que a publicação se desse como ‘a pedido’, momento em que o depoente disse que sim, que estava tudo bem”.
A decisão conjunta se deu também porque, depois da troca na superintendência do Rio de Janeiro, Valeixo relatou a Sergio Moro estar cansado.