Guedes ainda não concluiu sugestões para o projeto, mas ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, articula os votos com a bancada da reforma tributária
O governo ainda não apresentou suas sugestões para a reforma tributária, mas sabe que precisará de todos os votos possíveis para aprová-las. Enquanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, cuida dos detalhes finais para apresentá-la, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, cuida das articulações políticas para viabilizar a aprovação.
O ministro recebeu na segunda-feira, 13, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), presidente da Frente Parlamentar Mista da Reforma Tributária. Em reunião de cerca de meia hora, segundo a agenda oficial, os dois conversaram essencialmente sobre a aprovação da matéria.
A bancada da reforma tributária é composta de 196 deputados — pouco mais de um terço da Câmara — e 39 senadores — quase metade do Senado. Ramos sabe que, para aprovar a reforma tributária almejada por Guedes, precisará de todo o apoio possível. É aí que entra Miranda, com o potencial de garantir votos.
Regressivo
Conforme Oeste antecipou, a bancada da reforma tributária se reúne na quinta-feira da próxima semana, 23, para debater os pontos que serão apoiados pela frente. Na reunião entre Miranda e Ramos, os dois articularam o alinhamento entre a bancada e o governo. “Meu desejo é aprovar uma reforma que corrija nosso sistema tributário regressivo, em que 80% da população, que ganha menos de dois salários mínimos, paga, proporcionalmente, mais sobre consumo do que os ricos”, destaca Miranda.
O presidente da bancada da reforma tributária vai enviar um ofício convidando Guedes para a reunião da próxima quinta. A expectativa é que o ministro possa, no mínimo, sinalizar que pontos defende para que se busque o consenso desde agora. “A conversa com o ministro [Ramos] fluiu bem. Que é no sentido de ficar mais próximo do governo para aprovar uma boa reforma tributária, que diminua os impostos sobre o consumo, que é o que sempre defendi”, sustenta Miranda.