Partido vai se reunir com Guedes nos próximos dias para traçar estratégias da retomada da agenda de reformas
A bancada do Novo vai se reunir com o ministro da Economia, Paulo Guedes, nos próximos dias. A conversa, que pode ocorrer na próxima semana, faz parte de uma reaproximação mútua entre o partido e a equipe econômica. Afinal, foi pedida pelo próprio Guedes, que voltou a defender mais enfaticamente a necessidade da agenda de reformas.
O governo elabora uma agenda econômica para o pós-coronavírus. E vislumbra nas reformas a ponte para atravessar a recessão de 2020. A mediana das expectativas de analistas consultados pelo Banco Central (BC) aponta para uma queda de 6,48% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
Leia mais: Governo retoma articulação por reformas estruturantes
A construção da narrativa de destravamento da agenda reformista não é simples. O governo sabe que vai enfrentar resistências da oposição. E ainda calcula se, dentro do Centrão, há espaço para se avançar na pauta. Por isso, Guedes quer retomar o diálogo com o Novo.
Objetivo
O partido tem no DNA a defesa por reformas estruturantes, como a tributária, administrativa e trabalhista. Internamente, o Novo trabalha para resgatar essas pautas, mas, por ora, não tem conseguido ecoar amplamente o apelo junto a outros parlamentares. É aí que entra a relação “ganha-ganha” entre legenda e equipe econômica aonde o país sai vencendo.
É interesse de Guedes e do Novo retomar a agenda. Sozinhos, equipe econômica e o partido avaliam que seria difícil avançar a agenda. Juntos, contudo, o processo se torna mais viável. Afinal, o Novo articula com parlamentares liberais e defensores das reformas. A exemplo dos deputados Daniel Coelho (Cidadania-PE), Alex Manente (Cidadania-SP), Eduardo Cury (PSDB-SP), Enrico Misasi (PV-SP), Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP), entre outros.
Leia mais: Governo vai ajustar agenda de reformas ao mundo pós-pandemia
O objetivo central das conversas entre Guedes e Novo é gerar estímulos políticos para robustecer e, assim, criar o timing da retomada da pauta. Até o momento, a defesa pela reforma é vaga e com pouca materialidade. O próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fala vez ou outra sobre a necessidade das propostas, mas não as destrava.
Reaproximação
A reaproximação é reconhecida pelo líder do Novo na Câmara, Paulo Ganime (RJ). O deputado ressalta que o partido nunca abandonou a agenda reformista, mas houve um certo distanciamento da equipe econômica nos últimos meses. O motivo é apontado por ele sobre “idas e vindas” de narrativas do próprio ministro.
Em algumas pautas, Guedes falava uma coisa para Ganime, outra para Maia e outra à imprensa. Oeste ouviu isso de parlamentares de outros partidos em votações emblemáticas como na pauta do repasse de R$ 60 bilhões aos estados e municípios. “Ficamos como cego em tiroteio. O ministro falava uma coisa para nós em uma reunião, uma segunda coisa em jornais e uma terceira coisa para o Rodrigo Maia ou o Davi [Alcolumbre, presidente do Senado]. Agora, vamos conversar de novo”, explica.
Leia mais: Reformas devem ser encaminhadas em agosto pela equipe econômica
A reunião foi um pedido do próprio Guedes. Ganime só não aponta quando ocorrerá. “Ele que sugeriu e gostaríamos de ter esse encontro. É muito bem vinda por nós, e acho que é mútuo. Não há uma pauta específica, mas será para falar da agenda econômica e ver como a gente pode ajudar nessa reaproximação”, destaca.
O Brasil precisa das reformas
É algo de se orgulhar ser filiado do NOVO30 manter o pragmatismo e o foco no fundamental sem barganhas nefastas. O partido a ser seguido. A mudança já começou