A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados ouviu nesta quarta-feira, 25, o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Lopes da Ponte. Ele respondeu perguntas por quase quatro horas e afirmou que nunca sofreu influência de pastores.
Lopes da Ponte disse também que nenhum dos prefeitos que denunciaram lobby dos pastores recebeu repasses do fundo. O FNDE é uma autarquia, vinculada ao Ministério da Educação, responsável por transferir recursos financeiros e prestar assistência técnica em educação a Estados e municípios.
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“Quero deixar claro que nunca recebi influência de pastor ou de qualquer pessoa. Nosso trabalho é eminentemente técnico”, afirmou. Em abril, no Senado, o presidente do FNDE confirmou ter se encontrado com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura em quatro ocasiões. Hoje, citou novamente as agendas.
“Nesses atendimentos em que houve a presença de pastores, quero esclarecer ainda que eles nunca viajaram conosco na aeronave da FAB ou nas comitivas de aviões comerciais e que nunca arcamos com qualquer despesa relacionada a eles”, acrescentou.
Lopes da Ponte afirmou ter levado suspeitas de irregularidades na atuação dos pastores ao então ministro Milton Ribeiro e ao secretário-executivo da pasta, Victor Godoy, atual ministro, em agosto de 2021. Ele disse que ouviu “conversas tortas” e levou imediatamente as suspeitas aos gestores, embora não tivesse provas.
“Não recebi, não me foi oferecido (sic) valores, mas onde há fumaça há fogo e eu achei por bem falar: ‘Ministro, queria que o senhor tomasse uma providência’, e ele, ainda em agosto do ano passado, mandou esse relato à CGU”, disse.