Preso sob suspeita de ter sido o mandante dos assassinatos da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) participou de solenidade na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) na segunda-feira 18. No evento, ele aparece sorrindo ao lado de figuras como a deputada federal Daniela do Waguinho (União-RJ), ex-ministra do Turismo do governo Lula.
Na ocasião, Daniela foi homenageada com a Medalha Tiradentes, maior honraria concedida pela Alerj. A também deputada federal Dani Cunha (União-RJ) recebeu a medalha. A ideia de prestar homenagem às duas parlamentares do União Brasil do Rio de Janeiro partiu do deputado estadual Manoel Brazão (União).
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Irmão de Chiquinho e de Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e também preso por suspeita de envolvimento no homicídio de Marielle e Anderson, Manoel é o primeiro-vice-presidente da Alerj.
Além das duas deputadas federais que receberam a Medalha Tiradentes, a solenidade na Alerj contou com as participações de Waguinho Carneiro (Republicanos) e Eduardo Cunha. O primeiro é marido da Daniela e prefeito de Belford Roxo (RJ). O segundo é ex-presidente da Câmara dos Deputados e pai de Dani.
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Daniela, Dani, Waguinho e Cunha aparecem sorrindo ao lado dos irmãos Brazão. Hoje preso por causa das investigações sobre os assassinatos de Marielle e Anderson, o deputado Chiquinho Brazão registrou as homenagens em seu perfil no Instagram.
“Essas homenagens não apenas celebram as conquistas individuais”, afirmou Chiquinho, em postagem. “Mas também destacam a importância do serviço à comunidade e do comprometimento com o bem-estar coletivo.”
Ministra do Turismo no início do atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Daniela Carneiro foi demitida em julho. Fora da Esplanada dos Ministérios, ela reassumiu o cargo de deputada federal, onde adota o nome em homenagem ao marido: Daniela do Waguinho.
Quem é Chiquinho Brazão, suspeito de mandar matar Marielle
João Francisco Inácio Brazão, o Chiquinho Brazão, tem 62 anos e é natural da capital fluminense. Com décadas de carreira na política, ele foi vereador carioca por 12 anos, chegando a ser colega de Marielle Franco na Câmara Municipal. Em 2018, ele foi eleito deputado federal pela primeira vez, sendo reeleito em 2022.
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No União Brasil desde 2022, Chiquinho já passou pelo Avante e pelo MDB.
Hoje preso por suspeita de ter mandado matar Marielle, Chiquinho Brazão é aliado político do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), que o nomeou secretário de Ação Comunitária no início de outubro de 2023. Na ocasião, Domingos Brazão, irmão de Chiquinho, já era investigado pelo crime que teve como vítimas a vereadora e o motorista.
Chiquinho deixou o secretariado de Paes no início de fevereiro. A saída dele do cargo coincide com o momento da delação premiada de Ronnie Lessa, que está preso por ter sido o executor das mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes.
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O Rio de Janeiro continua lindo…